Presidente licenciado da empresa brasileira de defensivos agrícolas Fersol, Michael Haradom iniciou uma batalha dentro do governo e do MPF (Ministério Público Federal) pela liberação do metamidofós.
A substância, usada desde os anos 60 nas plantações brasileiras de soja e algodão, era produzida pela Bayer até os anos 90, quando a patente expirou e o produto passou a ser oferecido por pequenas e médias empresas nacionais.
A gigante alemã passou a oferecer um produto à base de neonicotinóide (composto de nicotina), quatro vezes mais caro.
Em 2011, a Anvisa decidiu pelo fim do metamidofós, sob a alegação de que o produto provocava risco à saúde.
Haradom afirma que não há caso comprovado de dano à saúde e a substância nunca teve seu uso autorizado em hortaliças e vegetais que podem ser consumidos crus.
Para o empresário, a medida aumenta sem justificativa os custos da agricultura brasileira e a dependência de fabricantes internacionais.
Para agravar, as plantações enfrentam desde 2013 o ataque de uma praga combatida com o uso do metamidofós.
Em razão disso, um grupo de produtores rurais conseguiu a liberação do Ministério da Agricultura, em caráter de urgência, do uso de uma nova substância nas áreas mais atingidas pela variedade de lagarta que ameaça as plantações: o benzoato de emamectina, cujo pedido de registro feito pela Syngenta havia sido negado pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 2007, por oferecer riscos à saúde humana.
A única exigência do ministério para a importação e aplicação dos produtos à base da substância é que os produtos tenham registro em outros países, o que, para Haradom, não garante a segurança do uso no país.
Fonte: Brasil Econômico. Por Gilberto Nascimento. 7 de janeiro de 2014.
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