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Helicoverpa já causou prejuízo de R$1,7 bilhão na Bahia


Quarta-feira, 3 de julho de 2013 - 08h33

As pragas são uma das principais causas do aumento de custos nas lavouras. No campo, elas sempre preocuparam o produtor rural. Nos laboratórios e centros de pesquisas, especialistas trabalham há décadas para identificar as espécies e controlar sua incidência. No mercado, surgem a cada dia produtos e variedades de plantas resistentes aos insetos.


Nos laboratórios da Embrapa Soja, em Londrina, Paraná, a vida e o comportamento destes insetos são analisados passo a passo, para melhor entender como a lagarta vive e, desse modo, descobrir quais as melhores formas de combatê-la.


- A gente ataca por diferentes frentes. Tem estudos para se avaliar a suscetibilidade dos produtos, para diferenciar quais são os inimigos naturais mais eficientes, são vários os aspectos que são estudados para tentar contornar o problema - explica Daniel Sosa-Gomez, pesquisador da Embrapa que identificou uma nova espécie atacando as lavouras brasileiras, a Helicoverpa armigera.


A fase de lagarta no ciclo de vida da helicoverpa dura 20 dias. É durante esta fase que elas atacam as folhas e, no caso da soja, as vagens. Depois elas viram mariposas, fase na qual vivem mais 25 dias, durante os quais depositam os ovos nas folhas das plantas e infestam as lavouras. Na soja, elas atacam desde a germinação até a colheita.


- A helicoverpa, como outras espécies, tem alta capacidade de dispersão. Ela se alimenta de diversas culturas, é comedora de algodão, milho, soja, feijão, girassol. Tem capacidade para desenvolver resistência a inseticidas, é muito agressiva e tem potencial reprodutivo grande, se multiplicando com muita facilidade - diz Sosa-Gomez.


O produtor rural Celestino Zanella, que planta soja, milho, feijão e algodão na região oeste da Bahia, sabe bem o estrago que esta lagarta faz. Só com a aplicação de defensivos ele gastou US$350 a mais por hectare na última. Além disso, perdeu produtividade, que caiu de duas a seis sacas por hectare.


Na Bahia, segundo a associação que representa os produtores de grãos, a lagarta helicoverpa já causou prejuízo de R$1,7 bilhão ao setor. As contas serviram de justificativa para o Ministério da Agricultura autorizar a importação de um produto que até então só era usado somente em países como Japão, Estados Unidos e Alemanha: o Benzoato de Emamectina, considerado o mais eficaz no combate à lagarta.


Porém, no fim de junho, o Ministério Público da Bahia proibiu o uso do inseticida, acatando pareceres técnicos da Secretaria de Saúde e do Instituto do Meio Ambiente da Bahia, que consideram riscos à saúde e ao meio ambiente. Com isso, mais de 44 toneladas de pesticidas que continham o benzoato foram apreendidas e o uso ainda está proibido. Daniel Sosa-Gomez, da Embrapa, diz que não há nenhum produto para controle desta praga registrado no Brasil.


- Como é uma espécie que foi recentemente introduzida aqui, não existe informação suficiente gerada no país, nós temos as informações básicas, mas precisamos depurá-las com experimentos feitos nos locais onde ocorreram problemas.


Na reportagem de terça-feira (2/7), a série vai mostrar a situação de produtores de outras regiões do país, que também tiveram prejuízo por causa da lagarta helicoverpa.


Fonte: Canal Rural. Por Sebastião Garcia. 1 de julho de 2013.



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