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Scot Consultoria

Preço do leite longa vida sobe 20,3% em um ano no Rio Grande do Sul


Segunda-feira, 10 de junho de 2013 - 17h26

O preço do leite longa vida subiu 20,33% no último ano no Rio Grande do Sul, segundo dados do Centro de Estudos e Pesquisas Econômica (Iepe) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Em maio, o litro foi vendido a um valor médio de R$2,20 no estado.


A quantia fica abaixo da média nacional da Scot Consultoria para o produto, que teve alta de 25,35% na comparação com o mesmo mês de 2012. Entretanto, o consumidor gaúcho sentiu mais no bolso porque o aumento foi de 6,48% apenas no último mês, enquanto no país a alta foi de 2,32% em relação a abril.


De acordo com os especialistas, a alta se deve à entressafra, ao clima e às cotações do leite em pó no mercado internacional.  Comerciantes e economistas concordam que a fraude do leite revelada pelo Ministério Público, na qual um grupo de transportadores adicionava água e ureia ao leite cru antes de entregá-lo à indústria, já foi neutralizada pelo mercado e não influenciou nos preços.


Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a alta do leite foi o que mais impactou a inflação de Porto Alegre no último mês. "A alta do leite se deve principalmente à entressafra. Neste momento, as pastagens são menores, e isso acarreta produtividade menor. Com menos oferta à usina, o preço dispara", diz o coordenador da FGV no Rio Grande do Sul, Márcio Mendes da Silva.


A expectativa é que os valores para o consumidor final aumentem ainda mais até o fim do inverno, segundo o gerente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Francisco Schmidt. "A Agas imagina que esse período de entressafra poderá inclusive ocasionar um aumento de até mais 10% sobre o preço atual do produto. Vai depender muito da intensidade da entressafra e do clima. Isso vai fazer com que efetivamente esse preço possa ter uma variação maior", diz Schmidt.


Segundo o diretor da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Elton Weber, além da entressafra, a alta no preço do leite no estado se deve também aos reflexos da seca no Nordeste brasileiro. O Sudeste e o Sul tiveram que enviar o produto para aquela região.


Ele diz que a adulteração do leite com ureia e formol, investigada pelo Ministério Público, não influenciou nos preços do produto. "O que a questão da fraude no leite criou foi um sentimento de indignação entre os produtores rurais, que também têm exigências em relação à qualidade e aos cuidados necessários na produção. Não adianta o produtor ter cuidado e depois outras pessoas adulterarem o leite. Isto nos deixou indignados diante dos fatos", explica.


De acordo com o secretário executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, o preço internacional do leite em pó também contribuiu para os aumentos de preços no estado. "O preço internacional voltou ao patamar de US$5 mil a tonelada, o que havia acontecido apenas em 2007. No ano passado, o valor estava em US$2,2 mil a tonelada, com cotação do dólar em R$1,70", lembra.


Com o preço em alta, o momento é bom para os produtores de leite. Em Tuparendi, no Noroeste do estado, a produtora Rosane Weide recebe cerca R$0,85 por litro vendido. Há um ano, o valor era menor. "Em relação ao ano passado, nós tivemos um aumento de preço significativo sim, diria mais ou menos uns 20%", conta Weide.


Fonte: G1. Por Tanise Scherer. 6 de junho de 2013.



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