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Scot Consultoria

Consumo de robusta cresce e desperta a atenção do mercado


Quarta-feira, 13 de março de 2013 - 08h51

A fama do café robusta de ser de baixa qualidade está dando lugar a um novo horizonte no mercado internacional da bebida. "O café conilon está ganhando reconhecimento porque está sendo bem preparado. Hoje, ele já passa pelos blends de qualidade", afirma Silvio Leite, diretor da AGRICAFÉ. Leite participou, nesta terça-feira (12/3), do segundo dia do 14º Simpósio Nacional do Agronegócio Café (AGROCAFÉ), em Salvador (BA).


Segundo Leite, existem mercados, como a Itália, que não dispensam um percentual de robusta nos blends em função do gosto e cultura dos consumidores. "Os italianos não conhecem um bom blend de café sem um robusta. Ele é cremoso, denso, pastoso, consistente e a Itália preza por um café com essas características. Alguns robustas de qualidade na Índia, por exemplo, são vendidos tão ou mais caro que bons arábicas", explica o especialista.


Há cerca de cinco anos, a produção de robusta do Brasil era de 6,0 a 7,0 milhões de sacas ao ano. Hoje, o volume varia entre 12,0 a 14,0 milhões de sacas, em sua grande maioria, torrado e consumido no mercado interno. "Porém, no Brasil, quando se fala em conilon de qualidade, não tem mercado. Não há demanda interna para esse café mais caro ainda", diz Leite.


Hoje, alguns cafés comercializados no mercado brasileiro chegam a ter 70,0% de robusta no blend, embora não haja uma média no setor. Segundo Leite, o preço mais acessível ainda é um dos principais motivos de crescimento do consumo do café robusta no mercado interno.


Para Luiz Hafers, produtor e ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira, o estado do Espírito Santo, maior produtor nacional de conilon, é o maior exemplo de sucesso da cafeicultura brasileira, "que cresce, ganha dinheiro e produz robusta".


Em termos de benefícios e propriedades, o conilon possui mais cafeína e ácidos clorogênicos (compostos bioativos) que o arábica. No Brasil, a taxa desses compostos no robusta varia de 1,5% a 2,0%, enquanto no café da África esse índice chega até a 3,0%.


Segundo a nutricionista, especialista e pesquisadora de café, Adriana Farah, por causa desses compostos, a bebida está entre os 10 alimentos com mais atividades antioxidantes da dieta brasileira.


Até 2020, a demanda mundial por café aumentará em 25,0 milhões de sacas. Na avaliação de Silvio Leite, o Brasil, responsável hoje por aproximadamente 35,0% da produção mundial, deve ter uma boa participação no fornecimento deste volume, assim como o Vietnã.


No entanto, a grande preocupação do setor é a sustentabilidade econômica da atividade, que hoje passa por uma crise de preços baixos, altos custos de produção, elevada demanda e problemas quanto à qualidade devido a alterações climáticas. "Com os custos que temos hoje, a preocupação é se vamos ter condições de produzir nos próximos dez anos, especialmente os pequenos produtores", destaca.


Franca, no interior de São Paulo, tem o maior custo de produção de café do país, chegando a quase R$400,00 a saca.


Fonte: Globo Rural. Por Alana Fraga. 12 de março de 2013.



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