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Suinocultura: avanços na produção e compromisso com a sustentabilidade


Segunda-feira, 16 de setembro de 2024 - 18h00

Foto: Bela Magrela


A suinocultura brasileira cresceu, consolidando-se como a 4ª produtora mundial de carne suína. Em 2023, a produção foi de 5,16 milhões de toneladas, ou 4,0% da produção global (ABPA).

A quantidade de suínos abatidos no segundo trimestre de 2024 também apresentou um aumento notável, atingindo 14,57 milhões de cabeças (IBGE), um crescimento de 2,5% em relação a igual período de 2023 e uma alta de 3,9% em comparação com o primeiro trimestre de 2024.

A região Sul do Brasil é o principal polo da produção suína. Santa Catarina lidera o ranking de abates em estabelecimentos com Serviço de Inspeção Federal (SIF), seguido pelo Paraná e pelo Rio Grande do Sul (IBGE). No entanto, na exportação, o Rio Grande do Sul supera o Paraná, evidenciando uma dinâmica diferente entre produção e comércio internacional (IDR-Paraná)

Com o crescimento da produção, a atividade enfrenta desafios relacionados ao impacto ambiental. A produção suína tem capacidade poluidora, especialmente devido aos contaminantes presentes nos efluentes líquidos. O tratamento adequado desses efluentes é crucial para evitar a contaminação de solos e águas.

Para diminuir esses impactos, o setor tem adotado princípios de sustentabilidade e bem-estar animal. A adoção de práticas que visam a redução de impactos ambientais e a promoção da responsabilidade social é crescente na suinocultura brasileira.

Alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) - figura 1 - estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) para serem alcançados até 2030, são aplicáveis à produção suína. Muitas granjas estão implementando práticas que atendem a esses objetivos.

Figura 1.
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), determinados pela ONU.

Fonte: Organização das Nações Unidas no Brasil (ONU)

Na suinocultura, a aplicação dos ODS resulta em diversas melhorias. As práticas adotadas estão contribuindo para a geração de renda e empregos, r garantindo alimentos seguros e proteínas animais saudáveis. A colaboração com universidades, a realização de eventos e treinamentos são evidências de como o setor está se alinhando com os ODS.

Além disso, a inclusão de oportunidades iguais para homens e mulheres, o tratamento adequado de efluentes e a reutilização de água são prioridades na indústria. A transição para fontes de energia renováveis, a promoção de trabalho digno no campo e na indústria, e o desenvolvimento de novas técnicas são evidências do compromisso com a sustentabilidade.

As granjas também estão focadas na eficiência produtiva com baixo impacto ambiental, na redução de desperdícios e na melhoria dos processos. Há um esforço contínuo para reduzir a emissão de gases, tratar resíduos antes do descarte e respeitar áreas protegidas, além de utilizar recursos naturais de forma racional. O setor valoriza seus parceiros, clientes e colaboradores e busca uma parceria eficaz entre o governo, o setor privado e centros de pesquisa para fortalecer essas iniciativas.

Práticas e iniciativas sustentáveis

Granjas brasileiras têm adotado estratégias para gerenciar resíduos e promover a sustentabilidade. Uma prática comum é a gestão de resíduos por meio de biodigestores, que realizam o tratamento anaeróbico dos dejetos, gerando biogás. Este biogás é uma fonte de energia limpa e renovável, que pode reduzir os custos operacionais das propriedades e até ser comercializado. Além da geração de eletricidade, ele pode ser convertido em biometano, um biocombustível que pode substituir o gás natural em veículos.

Outra aplicação dos resíduos provenientes do processo de biodigestão é a sua transformação em biofertilizantes. Esses biofertilizantes são utilizados para melhorar a fertilidade do solo que irá produzir insumos para a alimentação dos próprios suínos. Além disso, o biofertilizante pode ser comercializado, proporcionando uma fonte adicional de receita para os produtores.

Outra prática é o uso racional de antimicrobianos. O uso excessivo desses medicamentos pode comprometer o controle de doenças na granja e afetar negativamente o meio ambiente e a saúde humana. Estratégias de manejo sanitário, como vacinação, biosseguridade e monitoramento preciso de doenças, são essenciais para garantir a saúde dos animais e minimizar os impactos ambientais.

Em suma, a suinocultura brasileira está em expansão, ajustando-se às exigências de sustentabilidade e bem-estar animal. A conformidade com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a adoção de práticas ambientais racionais são essenciais para assegurar que o crescimento do setor seja sustentável e benéfico para todos os envolvidos. A integração de novas técnicas e a busca por práticas eficientes têm superado desafios e construído um futuro sustentável para a suinocultura no Brasil.

Referências

https://brasil.un.org/pt-br

https://www.idrparana.pr.gov.br/Noticia/Parana-e-o-maior-produtor-de-carne-suina-para-consumo-interno-aponta-Boletim-Agropecuario

https://www.suinostopgen.com.br/como-a-suinocultura-tem-contribuido-com-a-sustentabilidade/

https://porcinews.com/pt-br/suinocultura-sustentavel-confira-as-acoes-executadas-na-producao-de-suinos-brasileira-para-cuidar-do-planeta/

https://www.portaldoagronegocio.com.br/pecuaria/suino/noticias/suinocultura-sustentavel-confira-as-acoes-executadas-na-producao-de-suinos-brasileira-para-cuidar-do-planeta#google_vignette

https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/68601/1/0000002116-PArmando.pdf

https://veja.abril.com.br/coluna/mundo-agro/a-evolucao-da-suinocultura-brasileira


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