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Feijão resistente ao estresse hídrico do IAC deve chegar ao mercado em 5 anos


Quinta-feira, 13 de novembro de 2014 - 17h58

Atentos aos desafios climáticos e às demandas do mercado, os pesquisadores do Centro de Grãos e Fibras do Instituto Agronômico (IAC), de Campinas/SP, estão trabalhando para desenvolver plantas mais resistentes ao déficit hídrico, capazes de se desenvolverem com volume de água até 30% menor que o usual. A expectativa do grupo liderado pelo pesquisador e diretor do Centro, Alisson Fernando Chiorato, é que os novos materiais estejam no mercado em cinco anos.


Segundo Chiorato, 74 linhagens potencialmente resistentes ao estresse hídrico estão sendo avaliadas no IAC, em Campinas. Para fazer os cruzamentos, o Instituto utilizou materiais de seu próprio banco de germoplasma e também importou outras 250 linhagens do Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT), localizado em Cali, na Colômbia. "Essa importação foi importante porque o CIAT vem trabalhando há anos no desenvolvimento de cultivares tolerantes ao déficit hídrico, visando à transferência  essas cultivares aos países africanos", explica o pesquisador.


A ideia é repassar essas características de tolerância ao estresse hídrico para as cultivares do IAC. Pois, explica Chiorato, não é possível usar no Brasil os materiais colombianos, uma vez que eles não possuem a qualidade exigida pelo mercado brasileiro, que aprecia grãos grandes, de casca fina e clara, além de caldo espesso. "Dessa forma, necessitamos realizar o melhoramento genético, adequando cultivares que apresentam qualidade de grão e tolerância ao déficit hídrico", afirma.


Economia de até 30% de água


Os pesquisadores do IAC esperam que ao usar plantas tolerantes ao estresse hídrico, o produtor rural economize até 30% de água em todo o processo de produção. Para diminuir a necessidade de água na planta, a equipe busca materiais precoces e com boa qualidade de raiz. Segundo Chiorato, a precocidade é importante, já que estudos do CIAT indicam que o feijoeiro perde cerca de 74kg por hectare por dia que fica a mais no campo sofrendo com a falta dágua. "Quanto maior o ciclo da planta, mais ela vai sofrer com a falta de água e maior será a perda", afirma.


A qualidade de raiz é outro fator importante, pois amplia a absorção de água nas camadas mais profundas do solo e possibilita que a planta absorva mais nutrientes do solo para repassar ao grão.


A proposta é usar os materiais resistentes ao déficit hídrico em regiões em que o veranico tem sido superior a 30 dias sem chuvas. Essa característica tem ocorrido com maior intensidade nas regiões do Sudeste, Nordeste e do Centro-Oeste brasileiro. "Não estamos desenvolvendo uma planta que não precise de água, mas sim uma cultivar mais rústica, que crie mecanismos para produzir com menor quantidade de água", afirma o pesquisador.


O IAC iniciou em 2009 os estudos para desenvolver cultivares de feijão com o perfil de resistência ao estresse hídrico. As quatro últimas cultivares de feijoeiro desenvolvidas pelo Instituto Agronômico já são usadas pelos agricultores brasileiros para tentar diminuir os efeitos dos períodos de pouca chuva. "Os feijões IAC Alvorada, IAC Formoso, IAC Imperador e IAC Milênio já são considerados tolerantes aos estresses hídricos, mas ainda estamos realizando testes para determinar qual é a redução no consumo de água", diz Chiorato.


Fonte: Sou Agro. 13 de novembro de 2014.



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