O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou no final de março deste ano os números referentes ao quarto trimestre de 2010 da Pesquisa Trimestral do Leite.
De outubro a dezembro do ano passado, foram adquiridos pelos laticínios com inspeção federal, estadual ou municipal, 5,594 bilhões de litros de leite.
O volume cresceu 2,1% em relação ao mesmo período de 2009, mas esse aumento foi menor frente aos números do primeiro, segundo e terceiro trimestres do mesmo ano (crescimento médio de 9% em relação a 2009). Veja a tabela 1.
Isto foi reflexo do atraso nas chuvas e dos custos elevados dos insumos a partir do meio de 2010, principalmente da alimentação.
No total, a produção inspecionada (formal) no país foi de 20,966 bilhões de litros de leite, um aumento de 6,9% na comparação com 2009, quando foram adquiridos pela indústria 19,603 bilhões de litros.
A Scot Consultoria estima a produção total brasileira (leite formal e informal) em 30,99 bilhões de litros em 2010.
Isto significa que 32,4% do leite produzido teve como destino o mercado informal.
Na comparação com 2009 a informalidade diminuiu 0,9%.
A maior fiscalização e concorrência entre as empresas (preços melhores para o produtor) estão diminuindo a informalidade ano a ano.
Para se ter idéia, em 1997, a informalidade estimada representava 42,8% do mercado brasileiro de leite e derivados (figura 1).
A demanda por lácteos é crescente, graças ao incremento na renda da população e diversidade de produtos na ponta final da cadeia.
O consumo
per capita de leite e derivados aumentou 30% nos últimos dez anos no Brasil. Passou de 126 litros em 2000 para 161 litros em 2010.
Existe espaço para crescimento.
O Ministério da Saúde preconiza um consumo de pelo menos 207 litros de leite por habitante/ano.
São pelo menos 46 litros por pessoa a mais.
Considerando a população do Brasil em torno de 200 milhões, seria necessária a produção de mais 9 bilhões de litros de leite em relação a produção atual para atender a nova demanda.
Maior demanda significa crescimento e expansão do setor, além de preços melhores para o produtor.
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