• Quarta-feira, 24 de abril de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

Produção e consumo de leite em longo prazo


Sexta-feira, 5 de março de 2010 - 16h49

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) divulgou um estudo contendo uma projeção de longo prazo para a pecuária de leite no Brasil. O trabalho aborda questões ligadas à produção e ao consumo de leite nos próximos dez anos. Segundo o MAPA, a produção brasileira deve crescer 1,95% ao ano. Para o consumo interno de lácteos, o crescimento está estimado em 1,98% ao ano. Dessa forma, a produção de leite no país, em 2020, deverá ultrapassar os 37 bilhões de litros. Veja a tabela 1. Potencial para isso o Brasil tem de sobra, principalmente se considerarmos os ganhos em produtividade. Com relação à produtividade, os números nacionais estão abaixo das médias verificadas entre os principais produtores mundiais. É preciso, no entanto, que a demanda acompanhe esse incremento da produção, mesmo porque é o consumo que dará sustentação à essa previsão. Aumento da renda e consumo de lácteos O aumento da renda da população é positivo para o consumo, pois o leite e seus derivados fazem parte de um conjunto de produtos que apresenta elevada elasticidade-renda. Os queijos em geral, o leite condensado, o iogurte e a manteiga, são os derivados que apresentam as maiores elasticidades-renda (produtos de maior valor agregado). Veja na tabela 2 o coeficiente de consumo quando a renda dos consumidores varia. Exemplificando: quando a renda aumenta 10%, o consumo de queijos e iogurtes aumenta 8% e 5,98%, respectivamente. Preocupação é com o excedente de leite Observe a tabela 1. Mesmo com o consumo interno em expansão, tem-se, segundo a estimativa, um excedente de leite crescente, chegando, em 2020, a 4,5 bilhões de litros em 2020 (figura 1). Ai vem a pergunta: Como escoar esse excedente? A alternativa é o mercado externo. Demanda existe, já que o consumo mundial de lácteos tem aumentado anualmente. Em alguns países asiáticos como China, Filipinas, Tailândia e Vietnam esse cenário já é realidade. No mesmo caminho, o consumo de lácteos no Oriente Médio está em pleno crescimento. Para o Brasil, esta situação é uma oportunidade de alavancar a exportação. A queda da produção de leite ou estabilização nos principais produtores mundiais (União Européia, Oceania e Estados Unidos) abre espaço para o Brasil. Entretanto, é indispensável uma política nacional, para a atividade leiteira, em longo prazo. O aumento da produção acontecerá somente se houver mercado. Para se ter idéia, em 2008, ano em que o Brasil mais exportou produtos lácteos, os embarques foram de 1,15 bilhão de equivalente litros de leite. Valor bem abaixo dos 4,5 bilhões de litros (excedente previsto para 2020). Ou seja, aliado ao aumento da produção e do consumo nacional é preciso planejamento para a conquista de novos mercados e ampliação dos mercados existentes. Serão necessárias ações capazes de promover maior organização do setor e programas de incentivo à comercialização. Por fim, o controle das importações de lácteos é importante e deve ser ágil. A importação de produtos lácteos subsidiados na origem distorce o mercado e prejudica fortemente a atividade no Brasil e em qualquer outra parte do mundo onde essa prática condenável não é combatida.
<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>
Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja