• Sexta-feira, 29 de março de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

Mercado de queijo, uma visão do Brasil


Sexta-feira, 31 de outubro de 2008 - 08h03

Em 2007, estima-se que o Brasil tenha produzido cerca de 26,9 bilhões de litros de leite. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), foram industrializados em estabelecimentos com inspeção federal aproximadamente 17,9 bilhões de litros. Segundo números da Associação Leite Brasil, para a produção de queijos foram destinados cerca de 35% do leite, ou, 6,3 bilhões de litros. Minas Gerais é o principal produtor. Boa parte dos 9 bilhões de litros de leite não inspecionados, foi utilizada para a produção de queijos informais, produto que, infelizmente, possui aceitação no mercado. Mercado externo Em 2007, o Brasil exportou o equivalente a US$273,3 milhões em lácteos, dos quais US$25,7 milhões vieram dos embarques de queijos. Foram embarcadas 7,58 mil toneladas em 2007 e, em 2006, as exportações somaram 7,42 mil toneladas. De um ano para o outro, o volume exportado pouco mudou. Mas a receita com as vendas externas com queijos aumentou 22,9%, no mesmo período. Em 2006, o faturamento foi de US$20,9 milhões. Houve portanto, uma valorização do produto no mercado internacional, fato observado também para os outros lácteos. Mercado interno O principal queijo produzido no Brasil é o muçarela. Para o consumidor, o preço deste produto varia consideravelmente, de acordo com a marca, embalagem, qualidade, tamanho da peça, supermercado etc. Para se ter uma idéia, em outubro, de acordo com levantamento da Scot Consultoria realizado no varejo paulista, o quilo do queijo muçarela pôde ser encontrado a partir de R$7,85 chegando a alcançar até R$39,64. A média ficou em R$18,63/quilo. Em relação a outubro de 2007, o preço médio do queijo tipo muçarela subiu 23,7% nas prateleiras dos supermercados. Já o produtor de leite paulista recebeu 8,7% menos pelo litro de leite, quando comparado ao mesmo período do ano passado. No caso das indústrias, o reajuste foi de 9,58%. Veja na figura 1. O preço do leite pago ao produtor foi multiplicado por 10, pois para produzir um quilo de queijo são necessários, em média, cerca de 10 litros de leite. Veja que desde meados do ano passado o preço do varejo se distanciou do atacado, ou seja, a margem de comercialização entre os supermercados e as indústrias está aumentando. Bom para os supermercados. Ruim para o consumidor e para o setor leiteiro em geral. Em meio ao aumento da inflação e à crise que vem abalando o mundo inteiro, é natural que o consumo de produtos tidos como “supérfluos” diminuam, principalmente quando o preço sobe. O consumo interno responde por 96% da nossa produção. E, atualmente, o momento é delicado. O preço do leite pago ao produtor vem caindo há quatro meses e infelizmente os elos do setor não trabalham na mesma direção. Os supermercados, com maior poder de barganha, normalmente procuram aumentar as margens, o que na maioria das vezes acaba influenciando negativamente o consumo. Final Se isso fosse diferente, todos sairiam ganhando: do produtor ao consumidor. Se os preços vigentes nos supermercados fossem menores, acompanhando os reajustes observados na indústria e ao produtor, possivelmente as vendas seriam maiores. Por sua vez, aumento de vendas significaria queda nos estoques e mercado mais firme ao produtor, ou pelo menos com quedas mais amenas. Mas, não é assim e em função disso esse importante alimento não conquista uma fatia de mercado maior.
<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>
Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja