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Scot Consultoria

Novo déficit na balança comercial


Quarta-feira, 11 de outubro de 2006 - 14h04

A balança comercial dos produtos lácteos fechou o mês de setembro com déficit de US$6,5 milhões. De acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), as exportações sofreram uma queda de 34,8%, registrando US$8,5 milhões, contra US$13,1 milhões no mesmo período do ano passado. Já as importações dobraram em setembro de 2006, passando de US$7,5 milhões em 2005, para US$15 milhões em 2006. Segundo o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Alvim, esse cenário é fruto da atual política macroeconômica, que mantém elevada taxa de juros e valoriza o real. “Essa situação reduz a competitividade dos produtos lácteos nacionais no mercado internacional”, completa. Os números acumulados de 2006 (janeiro a setembro) revelam que o déficit da balança de lácteos chega a US$1,2 milhão. A importações acumularam US$108,6 milhões, frente às exportações de US$107,4 milhões. “A entrada de produtos lácteos estrangeiros só não é maior, em função da aplicação de direito antidumping às exportações de países que distorcem os preços”, analisa o presidente. Alvim explica que, nos últimos anos, o setor investiu na ampliação e construção de novas fábricas, com o objetivo de se tornar grande exportador de lácteos. “A expectativa era exportar US$300 milhões, em 2006. Hoje, essa previsão já caiu pela metade, cerca de US$150 milhões”, lamenta o presidente. A salvação continua sendo o leite condensado, que arrecadou este mês US$5,1 milhões em exportações, principalmente para Angola (US$2,2 milhões) e Venezuela (US$2,1 milhões). Para os produtores, é lamentável que em momento favorável de preços de produtos lácteos no mercado internacional – que registrou recuperação de mais de 70% de 2002 a 2005 – o Brasil perca a oportunidade de ocupar os mercados consumidores crescentes, como leste da Ásia e Meio Leste e Norte da África. Com destaque para a China, que deverá ter um crescimento da demanda muito maior que a oferta e tem consumo per capita de menos de 20 litros/hab/ano. “Entre os grandes produtores mundiais, somos o que tem a maior capacidade de aumentar a produção e as exportações, mas a valorização do real prejudica a competitividade do produto brasileiro”, ressalta o presidente. Segundo estudo da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE), os grandes exportadores têm seu crescimento limitado por questões relacionadas ao suprimento de água, meio ambiente e competição por terra, ou por distorções do mercado internacional, como quotas, medidas de apoio interno e subsídios à exportação. De olho nas oportunidades, na última semana, a Argentina fechou um acordo para exportação de lácteos com a China. Em função da valorização cambial, o preço do leite argentino é quase 30% mais competitivo que o brasileiro no mercado internacional. Fonte: Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)
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