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Scot Consultoria

Subsídio até quando?!


Sexta-feira, 25 de setembro de 2009 - 09h55

Subsídios, especialmente às exportações, deprimem os preços no mercado global de lácteos e afetam a vida dos produtores de leite ao redor do mundo. Os subsídios fazem com que o mercado fique mascarado. Em um primeiro momento força artificialmente os preços do mercado internacional para baixo, ao viabilizar o escoamento de uma produção que não teria como ser exportada, prejudicando o desenvolvimento da atividade nos países pobres, mas competitivos. AS AÇÕES O mercado de lácteos foi afetado pela desaceleração econômica mundial, e existe um risco real de que o mercado poderá ser aprisionado em uma rodada de preços deprimidos conforme os países desenvolvidos subsidiem a produção, exportando os excedentes. Nos últimos encontros do G-20 e do G-8, os governos participantes insistiram em promessas de não recorrerem a medidas que pudessem distorcer o comércio para proteger seus trabalhadores diante da pior crise em 70 anos. Porém, cresce o número de governos que desrespeitam essa promessa. Em uma demonstração de pressão protecionista, o ministro de Agricultura da União Européia (UE) decidiu prolongar os subsídios, diante da queda da demanda e da superprodução que existe nestes países. Em março foi criado um plano de ajuda aos produtores que supostamente terminaria em agosto, uma ajuda temporária. Porém, a previsão é de que essa ajuda seja ampliada até fevereiro de 2010 ou mesmo 2011. A UE simplesmente compra o excedente produzido, mantendo os preços artificialmente e liquidando os concorrentes externos. Os Estados Unidos, vivenciando os piores preços de leite desde 1978 e a pior relação de troca em décadas, acionaram o mecanismo de aquisição de leite para estocagem e implantou um programa de exportações subsidiadas. Na justificativa da aplicação de subsídios, os argumentos variam desde os que alegam que, caso os preços fiquem abaixo dos custos, os produtores não têm como sobreviver (esquecendo dos produtores dos países que não têm subsídio); até os que dizem que os baixos preços no mercado internacional ajudam os consumidores dos países pobres, que comprariam lácteos a preços menores. O VOLUME Estimativas indicam que o setor lácteo recebe subsídios de US$40 bilhões por ano nas economias ricas. No Canadá, o segmento detém 84% dos recursos destinados a atividade agropecuária. Nos Estados Unidos, a fatia é de 55%. Na Europa, que domina um terço do mercado mundial, 80% dos subsídios ao setor vão para as exportações. O problema se agrava pelos motivos de sempre: é impossível competir com o tesouro da União Européia e dos Estados Unidos. Dessa forma, os produtores de países em desenvolvimento ou países que estruturalmente não têm subsídios, como a Nova Zelândia e a Austrália, têm que lidar com preços ainda mais baixos em função dessa ajuda artificial que distorce o mercado. O fato é que uma parcela significativa do leite comercializado mundialmente é carregada de subsídios para viabilizar a própria exportação, o que cria uma situação irreal, permitindo que os baixos preços reinem. Dessa forma, é uma questão-chave saber se realmente os subsídios à exportação praticados pela União Européia serão extintos nos próximos anos ou serão mantidos diante da situação atual de preços baixos do mercado. Aí para preços irreais, somente taxar as importações resolve.
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