Um relatório divulgado pela FAO (Órgão das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) indica o Brasil como o país cuja produção de leite mais vai crescer em 2008. Neste relatório está considerada a produção total de leite, não somente bovino.
Segundo o relatório, a produção brasileira de leite deve crescer 8,0% entre 2007 e 2008, o maior aumento dentre os mais importantes produtores de leite do mundo.
CHINA E ÁSIA
A China, cuja produção vinha crescendo cerca de 20% ao ano nos últimos tempos, deve registrar aumento de “apenas” 5,0% ou 6,0% em 2008. A redução da velocidade de crescimento é resultado de fatores limitantes como disponibilidade de água e outros alimentos, assim como o fato de que a base da produção também já cresceu bastante nos últimos anos. A China hoje é o quarto maior produtor de leite no mundo e a redução da sua produção de leite pode ser crítica no longo prazo para os mercados mundiais de leite. Se a demanda doméstica continuar a crescer, a importação pode aumentar significativamente nos próximos anos.
A recente contaminação do leite produzido na China provocou certa desaceleração no setor, além de ter instigado dúvidas nos consumidores sobre os produtos de origem chinesa. Isso também pode contribuir para a importação dos lácteos.
A Índia deve manter o crescimento da produção em torno de 3,0%, como nos últimos anos.
Já a produção de leite no Paquistão deve registrar aumento de 6,0% em 2008 e provavelmente também em 2009. Os preços firmes no mercado interno estimularam investimentos no setor no País e a FAO estima que toda a produção deve ser absorvida pelo mercado interno.
AMÉRICA DO SUL
A produção de leite deve apresentar crescimento bastante significativo na América do Sul. Depois do Brasil, a Argentina deve registrar grande crescimento.
A Argentina deve produzir 5,0% mais leite em 2008, totalizando 10,3 milhões de toneladas. Na Argentina a produção tem sido limitada pelo retorno baixo da atividade em função das taxas de exportação de lácteos. Uma política do governo para ajustar e manter baixos os preços no mercado interno. Por isso, não tem sido interessante investir em aumento da produção no País.
Mas o maior crescimento na produção de leite será registrado no Brasil, uma taxa de 8,0% em 2008, totalizando 31,2 milhões de toneladas. E isso deve favorecer o fortalecimento das exportações brasileiras de lácteos. O Brasil pode, em breve, se tornar o segundo maior exportador da América do Sul ou até o maior, caso a tendência atual se mantenha nos próximos anos.
A produção de leite no Uruguai deve crescer 1,2% em 2008 e nos outros países da América Latina e Caribe, deve se manter ou mesmo diminuir em função dos preços altos e limitação de alimentos para o gado.
ÁFRICA
Na África, a produção de leite deve crescer 1,0% em 2008, resultado de uma demanda fraca em resposta ao aumento dos preços. Somente na África do Sul, em resultado aos preços altos e investimentos no setor, a produção deve crescer quase 3,0% em 2008.
EUA, CANADÁ E EUROPA
O setor de lácteos nos Estados Unidos deve registrar um crescimento menor que o esperado. Depois dos fortes investimentos quando os preços no mercado interno e externo estavam atrativos, a alta dos grãos ao longo do último ano freou a produção de leite. Além do mais, a recente valorização do dólar diminuiu a competitividade das indústrias norte-americanas no mercado internacional comparado à situação do ano passado.
No Canadá, a alta nos preços dos concentrados também deve deixar a produção de leite estável em 2008.
Já na Europa, os preços mais firmes nos últimos dois anos estimularam o setor, que deve registrar aumento de 1,0% na produção de leite em
2008.
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