Cenário complicado para as exportações de lácteos

Está difícil para a balança comercial de lácteos este ano. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), analisados pela Scot Consultoria, o país exportou, em abril, US$10,9 milhões em produtos lácteos contra uma importação de US$32,3 milhões. Do lado das exportações, os embarques esbarram no câmbio desfavorável (real valorizado), mesmo com os preços se recuperando no mercado internacional. Na Europa e na Oceania, a cotação do leite em pó subiu, respectivamente, 13% e 28%, desde fevereiro último. Os negócios ocorrem, em média, em US$3.750,00/tonelada na Europa. Este ano, as exportações brasileiras de leite em pó estão na casa de 3 mil toneladas/mês. Em 2008, a média mensal ficou em 10,3 mil toneladas e em 2009 esse valor girou em torno de 4 mil toneladas. Veja a figura 1. IMPORTAÇÕES As importações brasileiras de lácteos aumentaram consideravelmente em abril. Segundo os dados do MDIC, em dólares, o Brasil comprou 116% mais produtos lácteos na comparação com março. Em volume, as importações brasileiras cresceram 115% no período analisado, totalizando 11,5 mil toneladas. Com as cotações da matéria prima (leite cru) em alta no mercado brasileiro, muitas empresas buscam produtos nos países vizinhos, principalmente na Argentina e no Uruguai, a preços menores. Diante deste cenário, no mercado interno, o valor pago ao produtor acaba pressionado. A boa notícia é que apesar do incremento verificado em abril, no acumulado de 2010 as importações foram menores que em 2009, ano em que houve entrada maciça de leite do exterior. No ano passado, de janeiro a abril, o Brasil importou 47 mil toneladas de produtos lácteos. Este ano, no mesmo período, as compras somaram 32 mil toneladas, um recuo de 33% (figura 2).
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