Exportações de lácteos: mercado ainda sente os efeitos da crise

A balança comercial brasileira de lácteos tem trabalhado no vermelho. De janeiro até hoje o saldo foi negativo em praticamente todos os meses. O mercado internacional do leite enfrenta diversos problemas oriundos da crise financeira mundial que diminuiu o crédito nos países importadores, além é claro da menor demanda em tempos de crise. Segundos dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) em setembro não foi diferente. O Brasil exportou US$7,36 milhões em leite e derivados, 26% menos que no mês anterior. Em equivalente litros de leite isto significa aproximadamente 27,4 mil toneladas de leite exportadas. As importações, por sua vez, somaram US$30,6 milhões, 18% mais que em agosto. Em setembro, o leite em pó representou quase 40% do volume importado de lácteos, seguido pelo soro de leite (18%), iogurte (15,7%), queijos (15,3%), leite UHT (8,3%) e manteiga (3,4%). Veja a figura 1. Desde dezembro do ano passado as importações de leite em pó estão em alta. O preço do leite ao produtor caiu consideravelmente nos países vizinhos e a indústria brasileira tem comprado bastante da Argentina e do Uruguai, já que o preço da matéria-prima no Brasil está maior. Esta situação prejudica a atividade doméstica, que começa a sentir os efeitos do aumento da oferta de leite nesse começo de safra. Para o médio prazo algumas empresas acreditam na recuperação das exportações brasileiras, mas está difícil. O leite mais caro e o dólar desvalorizado tornam as exportações menos atraentes. As recentes altas dos preços dos lácteos no mercado internacional, por outro lado, têm animado as empresas que acreditam em um aquecimento da demanda em países desenvolvidos e, principalmente, nos emergentes.
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