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Brasil: maior rebanho comercial do planeta?

por Fabio Lucheta Isaac
Segunda-feira, 8 de maio de 2006 -13h07
De acordo com estimativas da Scot Consultoria, o rebanho bovino brasileiro é composto por 191,3 milhões de cabeças. É verdade que não existe consenso em torno desse número, algumas empresas e institutos de pesquisa falam em 160 milhões, outros em 204 milhões. E por aí vai.

De toda forma, o que se tem por certo é que o Brasil é detentor do segundo maior rebanho bovino do planeta, atrás apenas da Índia que, de acordo com a FAO (Órgão das Nações Unidas responsável por questões relacionadas à agricultura e alimentação), possui um rebanho de quase 250 milhões de cabeças.

Apesar da superioridade indiana, diversos autores, consultores e pesquisadores brasileiros costumam salientar que o Brasil possui o maior rebanho comercial do planeta. Em síntese, consideram que o rebanho da Índia não se destina à produção e comercialização de carne bovina. Isso porque, em função de questões religiosas e culturais que acometem a maior parte da população, o consumo de carne é muito baixo, sendo a vaca indiana considerada um animal sagrado.

No entanto, apesar do baixo índice de aproveitamento frente ao enorme potencial do país, a Índia já é o quinto maior produtor de carne bovina do planeta, com cerca de 3,1 milhões de toneladas equivalente carcaça em 2005, atrás apenas dos Estados Unidos, Brasil, União Européia e China.

Com relação às exportações, no ano passado os indianos embarcaram cerca de 400 mil toneladas de carne bovina, alcançando a 6ª posição mundial, atrás apenas de Brasil, Austrália, Argentina, Canadá e Nova Zelândia.

Nos últimos 5 anos a produção indiana aumentou 8,5%. As exportações, por sua vez, cresceram 38,8%. A Índia, portanto, é um dos maiores players do mercado mundial de carne bovina.

Conclui-se que o argumento de que o Brasil possui o maior rebanho bovino comercial do planeta é falho. Esse posto é ocupado, sem sombra de dúvidas, pela Índia.

Porém, a maior eficiência brasileira é inegável. Com um rebanho 23,5% menor, produz e exporta 212,9% e 430,3% mais, respectivamente. (FTR)