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EUA devem reabrir mercado para carne processada em outubro

Sexta-feira, 17 de setembro de 2010 -10h47
O diretor de estratégia do Grupo JBS, Antonio Jorge Camardelli, avaliou hoje que a reabertura do mercado norte-americano para carne processada brasileira deverá ocorrer até outubro. "A expectativa é essa, pois a missão de auditores dos Estados Unidos fica aqui até 22 ou 23 de setembro; teremos um período de maturação e uma alteração no ciclo de controle já estabelecido por auditorias passadas devido à magnitude dos problemas", disse Camardelli à Agência Estado.

Os Estados Unidos suspenderam a compra de carne processada do Brasil em junho, após devolverem lotes com resíduos do vermífugo ivermectina acima do permitido. A unidade do Bertin, do Grupo JBS, em Lins (SP), apontada como a principal fonte dos problemas, deve ser visitada hoje pelos auditores norte-americanos, segundo Camardelli.

Durante palestra no "II Workshop de Gado de Corte da Ouro Fino Agronegócios", em Ribeirão Preto (SP), o executivo afirmou que "a ivermectina não é caso de saúde humana, mas de saúde animal". Camardelli disse ainda que lotes de carne cujos testes apontaram não conformidade com os padrões norte-americanos chegaram a ser consumidos antes dos resultados sem problemas para os clientes.

O diretor de estratégia do Grupo JBS reafirmou ainda que a maior companhia de proteína animal do mundo avalia a possibilidade de se desfazer de ativos na Argentina, principalmente por causa da redução do plantel local e pela interferência do governo no mercado. "A Argentina é um caos e vai importar carne em dois anos", disse. "Mas, por outro lado, o país está maduro para ter mudança de rumo e todo esse choque de problemas se leva a repensar o modelo de gestão ou exercício para ver qual a melhor saída e prazo necessário para reverter a situação", completou.

Sobre o mercado brasileiro, que enfrenta um momento de oferta escassa de bovinos e de altas no consumo interno e na exportação, Camardelli defendeu as medidas tomadas pelo Grupo JBS, como a concessão de férias coletivas em algumas unidades e o fechamento da planta de Cáceres (MT). "Férias coletivas são naturais e temos que ver história dentro das condições do mercado; não podemos mudar a lei da oferta e da procura", avaliou.

O executivo disse que a companhia deve retomar a produção nas unidades paradas após as férias coletivas e defendeu uma estratégia de gestão para justificar o fechamento da unidade em Mato Grosso. "Não pensamos em demitir, mas a empresa e a gestão são dinâmicas. A decisão de mercado é pelo lucro e por ganhar dinheiro e não vamos abandonar esse princípio", concluiu.

Fonte: Agência Estado. 16 de setembro de 2010.