Scot Consultoria
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Confinamento em 2006

por Fabio Lucheta Isaac
Sexta-feira, 31 de março de 2006 -14h03
Está um pouco cedo para se fazer qualquer afirmação sobre o confinamento de animais em 2006, mas a tendência é que o volume de animais confinados seja, no máximo, igual ao do ano passado. As especulações estão em torno dos preços de animais, de diárias de boitéis, de custo de produção e quanto sobraria para o produtor nessa “brincadeira”.

Ainda são poucos os boitéis que já têm preços estabelecidos para essa temporada. Mas alguns cálculos são interessantes para que a atividade possa ser programada.

Em São Paulo, por exemplo: um boi magro anelorado vale, hoje, R$642,00, ou R$53,50/@. Está 9% mais caro que o boi gordo. E ainda precisam ser acrescidos os gastos da engorda até que ele seja vendido ao frigorífico.

As margens da pecuária estão estreitas e o produtor tem que fazer muita conta e usar a criatividade para conseguir driblar a crise.

Vamos supor a compra de um boi magro de 12@ para ser colocado em engorda intensiva no início de abril. O animal será colocado em boitel (diária próxima a R$3,48/cabeça) até que atinja 16,50@. Para tanto, com um ganho de peso de 1,20 kg por dia, o boi levaria cerca de 112 dias para alcançar o peso esperado.

Considere que esse mesmo boi será vendido em agosto. Para garantir o preço, seria possível fazer hoje (final de março) o hedge via BM&F, com vencimento para agosto próximo, a R$55,80/@.

Fazendo as contas, a venda do boi gordo a futuro renderia R$920,70. Tirando o custo de R$5,00/cabeça da corretagem, R$915,70.

Para que a margem nesse tipo de negociação seja mínima, o máximo que o invernista poderia pagar pelo boi magro de 12@ é R$525,00. Nas praças pesquisadas pela Scot Consultoria, seriam excluídas São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Pará e Tocantins.

Mas as alternativas são diversas: desde a compra do gado mais pesado ou mais leve, com alteração na data da venda (e vencimento do contrato futuro), diminuição dos custos com a engorda, até a compra de animais a distâncias mais longas. Sem esquecer, nesse caso, do custo do frete.

Está difícil. (MGT)