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Itália: possível calote na dívida?

por Pamela Alves
Sexta-feira, 5 de agosto de 2011 -09h16
O Centro de Economia e Pesquisa em Negócios (CEBR, sigla em inglês) anunciou que modelou cenários positivos e negativos para a Espanha e Itália. A Itália, terceira maior economia da União Européia, não poderia suportar sua dívida mesmo que as taxas diminuam, a não ser que haja um drástico crescimento.

O CEBR afirma que a Itália está obrigada a dar o calote. Com o montante atual da dívida, A Itália não conseguirá escapar do calote a não ser que impulsione sua taxa de crescimento.

Calcula-se que a dívida italiana cresceria de 128% para 150% em relação ao produto interno bruto (PIB) até 2017 se a rentabilidade das obrigações ficarem acima dos 6% e o crescimento permanecer estagnado.

A taxa de retorno dos títulos de 10 anos da Itália subiu acima dos 6% recentemente.

O mercado exige retorno maior de títulos de economias passando por crise. De forma comparativa, Grécia, Irlanda e Portugal tiveram dificuldades em levantar fundos no mercado com os retornos dos títulos de 10 anos a 7%. Operadores citam o nível de 6% como um possível gatilho para uma alta em direção a níveis insustentáveis.

No primeiro trimestre de 2011, a Itália cresceu 0,1% em relação aos três meses anteriores, e 1% em relação ao mesmo período de 2010.


O primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi chamou a atenção dos legisladores nesta quarta feira para a necessidade de um plano de crescimento.

O governo italiano pretende realizar uma reforma fiscal, modernizar as relações sociais e o mercado de trabalho, bem como impulsionar as privatizações. Da mesma forma prometeu que introduzirá como norma da Constituição a obrigação de manter o equilíbrio fiscal e evitar que a dívida pública afete a economia, como ocorre atualmente (128% do PIB).

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), a Itália foi, em 2010, responsável por 3,8% da receita de exportação de carne bovina brasileira. No primeiro semestre de 2011, foi responsável por 3,6%. Dentre os produtos importados, os mais expressivos são a carne in natura, carne industrializada e tripas.


O CEBR pontua que a situação está melhor para a Espanha. A dívida espanhola é muito menor e no caso de um cenário ruim, a dívida cresceria a não mais que 75% do PIB.

Ainda há uma chance real de a Espanha evitar o calote e a reestruturação da dívida, a não ser que ela seja puxada para baixo por conta da economia deficiente de outros países europeus.

Fonte: Jornal The Telegraph. Por Redação. 4 de agosto de 2011.