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Câmbio ameaça interesse das empresas nas exportações

por Fabio Lucheta Isaac
Quinta-feira, 16 de junho de 2005 -10h55
Segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria), se o câmbio permanecer abaixo dos R$2,70/US$ até o final do ano, grande parte das empresas deve reduzir os esforços nas exportações. Neste cenário, 9% das empresas mostraram intenções de cessar as exportações, 39% reduziriam suas ações externas e 41% das empresas ainda estudam redução de investimentos no mercado internacional: um impacto econômico para o país. O estudo foi feito com 1.419 empresas de 21 Estados entre 28 de março e 18 de abril.

O coordenador da unidade de pesquisa lembra que o impacto do câmbio atual, e esta tendência de comportamento das empresas nacionais com relação ao mercado externo, será sentido mais à frente, talvez em 2 anos, segundo suas estimativas.

É evidente. Abandonando o interesse no mercado, que gradualmente foi sendo conquistado, a tendência é, no futuro, de redução da demanda internacional por produtos brasileiros. Assim, todos os esforços dos últimos anos poderiam ser perdidos no médio e longo prazo. O Brasil está perdendo competitividade.

Muitos defendem que o setor produtivo não deve se basear no mercado internacional, pois desvaloriza o atendimento das necessidades dos brasileiros. Sendo assim, tal comportamento das indústrias seria positivo para o país; o único prejudicado seria o empresário, com redução dos lucros.

No entanto, analisando números compilados pela Scot Consultoria, com base em informações da FGV, USDA e ABEF, observa-se que o consumo per capita de carne de frango aumentou mais de 140% nos últimos 15 anos. A avicultura, que montou toda a sua moderna estrutura fundamentada no mercado internacional, possibilitou maior acesso aos seus produtos, por parte da população brasileira. O brasileiro só come mais frango, porque é mais acessível.

Se as empresas reduzirem o foco no mercado internacional, os prejuízos à economia brasileira serão consideráveis. (MPN)