O retrato da pecuária brasileira está mudando, e Minas Gerais e Goiás se mostraram exemplos dessa transformação. As duas regiões revelam trajetórias distintas, mas convergentes em um mesmo ponto: a transição de modelos extensivos e patrimonialistas para sistemas produtivos intensivos, tecnificados e guiados por gestão profissional.
Nas visitas realizadas na primeira quinzena de Circuito Cria - No Berço da Pecuária, pesquisa-expedicionária da Scot Consultoria, ficou evidente que a nova geração de produtores tem ressignificado o modo de produzir no campo. Antes vista como reserva de valor e uma forma de acumular patrimônio, a pecuária agora exige planejamento, controle de custos, metas e indicadores de desempenho. O campo se transformou, de fato, em uma empresa a céu aberto.
Reprodução: A adoção de tecnologias como a inseminação artificial já está consolidada entre os produtores, marcando uma etapa importante da evolução reprodutiva no campo. Já a Transferência de Embriões em Tempo Fixo (TETF) ainda enfrenta desafios, mas vem ganhando espaço em propriedades que buscam acelerar o melhoramento genético e ampliar o ganho de produtividade. Embora sua adoção dependa de estrutura técnica e planejamento específicos, observa-se um avanço gradual, impulsionado pela melhoria dos protocolos, pela capacitação das equipes e pelo maior acesso à tecnologia.
Integração: Em ambas as regiões, a combinação entre lavoura e pecuária surge como estratégia eficiente para otimizar recursos e garantir oferta constante de alimento ao longo do ano. Em Unaí (MG), a agricultura irrigada, impulsionada pelo uso de pivôs centrais, garante a produção de silagem e grãos para o rebanho. Já em Porangatu (GO), as áreas irrigadas são destinadas à soja na safra, e na safrinha os produtores avaliam o que é mais viável economicamente - o cultivo de milho consorciado com capim, aproveitado na entressafra, ou o plantio direto de pastagem sob os pivôs, para a entrada do gado.
Foto: Bela Magrela
Em Minas, a transição acontece em ritmos diferentes, refletindo a diversidade produtiva do estado. Parte dos produtores vem incorporando ferramentas de gestão, genética e planejamento estratégico, representando uma nova geração que alia conhecimento técnico e visão empreendedora ao trabalho no campo.
Um dos destaques é a inseminação precoce de fêmeas, por volta dos 12 meses, utilizando o cruzamento Nelore x Angus. Essas novilhas, após nove meses, dão cria a bezerros 3/4 Nelore, que são desmamados aos seis meses. Em seguida, as matrizes passam por um período de cerca de 90 dias em confinamento, sendo abatidas ainda jovens, por volta dos seus 29 a 30 meses. O resultado é uma carne de alta qualidade, com bonificação no abate, além da entrega de um bezerro desmamado - estratégia que une eficiência produtiva e retorno econômico.
Foto: Bela Magrela
Em Goiás, a modernização da pecuária avança com planejamento estruturado, gestão por indicadores e visão de longo prazo. Produtores têm adotado estratégias de intensificação baseadas em dados, sustentabilidade e uso eficiente dos recursos. O uso do pastejo ultradenso e a divisão de piquetes são exemplos de estratégias já bem consolidados que buscam elevar a lotação e o aproveitamento da forragem, consolidando um modelo intensificado de produção.
O estado também se destaca pelo avanço genético, com propriedades que realizam milhares de transferências de embriões anualmente, consolidando-se como referência em melhoramento. Nessas fazendas, o confinamento é utilizado como ferramenta para atender às exigências nutricionais de diferentes categorias, inclusive em estratégias como a desmama precoce, adotada para reduzir o dreno energético das matrizes com a produção de leite e favorecer o retorno mais rápido à reprodução.
Outro aspecto que tem transformado o cenário goiano é uma mudança no perfil dos produtores. Com visão empresarial, foco em gestão, capital estruturado e mentalidade voltada a resultados, esse grupo tem acelerado a adoção de tecnologias no setor, impulsionado a profissionalização das fazendas e consolidado Goiás como uma das referências da pecuária de cria no país.
Foto: Bela Magrela
Em Minas Gerais o protagonismo de uma nova geração de produtores com formação técnica e visão empreendedora simboliza uma mudança cultural, em Goiás o destaque está na consolidação de modelos de gestão estruturados, com planos de longo prazo, metas claras e acompanhamento de indicadores, conduzidos por profissionais que tratam a fazenda como uma verdadeira empresa rural.
O que se vê hoje, entre o cerrado mineiro e o goiano, é um campo que equilibra tradição e modernidade.
Duas rotas distintas que se encontram na mesma direção: um agro mais estruturado, conectado e tecnificado, que “cria” hoje a eficiência do amanhã.
Assessoria de imprensa: Bela Magrela Assessoria e Publicidade
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Para acompanhar cada etapa da pesquisa, acesse os canais oficiais:
Estão conosco nessa jornada pela pecuária de cria brasileira:
Associação Brasileira de Angus
Montadora:
Mitsubishi Motors
Realização:
Scot Consultoria
Agência responsável: