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Mercado brasileiro é realmente diferente

por Fabio Lucheta Isaac
Segunda-feira, 12 de dezembro de 2005 -12h34
Os institutos de pesquisa GlobeScan e Market Analysis Brasil realizaram um estudo sobre responsabilidade social que englobou 21 países. Foi perguntado às pessoas o que uma empresa pode fazer para ser vista como “socialmente responsável”.

Em primeiro lugar, com 26% na média mundial e 24,6% no Brasil, ficou o item “tratar os empregados de forma justa”. Mas as semelhanças entre brasileiros e outros povos, com relação ao entendimento do que é responsabilidade social, ficaram por aí.

Com relação à proteger o meio ambiente, 11,1% dos brasileiros acreditam que essa deve ser uma preocupação importante das empresas, contra 17% na média dos outros países.

Questões como “providenciar serviços sociais / retorno à comunidade” (14% na média mundial), “fabricar produtos de qualidade / seguros” (12% na média mundial), “ser honesto / confiável” (7% na média mundial) e “lucrar / ter bom desempenho” (5% na média mundial), nem sequer foram citados pelos brasileiros.

No entanto, 19,3% dos brasileiros se lebraram da questão de “doações e caridade”, contra 7% da média munidal. O item “preços baixos / justos” foi citado por 6,4% dos brasileiros, contra 3% da média mundial.

Fica evidente que o importante, para o mercado interno, são os preços baixos. Empresas que direcionam o trabalho para a questão de qualidade e responsabilidade social, têm duas opções: exportar ou atender pequenos nichos. Isso vale para qualquer setor, inclusive para alimentos, como lácteos e carne bovina.

Outro ponto a se destacar é a cultura assistencialista, já arraigada no país. Veja que o brasileiro não se importa com o lucro das empresas, apesar de ser o lucro o fator gerador de empregos e renda.

Por aqui, é muito mais importante doar do que lucrar. Uma pena. (FTR)