Scot Consultoria
www.scotconsultoria.com.br

China habilita 51 plantas do setor de reciclagem animal brasileiro e projeta novo ciclo de crescimento nas exportações

por ABRA
01/08/2025 - 11:45

Além da atuação decisiva do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e seus Adidos em Pequim, e do Ministério de Relações Exteriores (MRE), a conquista é fruto direto da articulação promovida pela Associação Brasileira de Reciclagem Animal ( ABRA), por meio do projeto Brazilian Renderers, uma parceria entre a ABRA e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos ( ApexBrasil).

A publicação oficial da habilitação foi divulgada no site da Administração-Geral de Aduanas da China (GACC), nesta terça-feira (29). Todas as 51 empresas são associadas à ABRA e participam do projeto Brazilian Renderers.

O MAPA também comemorou a conquista, repercutindo a notícia em seu site oficial . Segundo o Ministério, “além da importância comercial, a habilitação também reforça o papel do Brasil no avanço de soluções sustentáveis para a agropecuária”.

De acordo com o CSI 221/2023, para proteína processada de aves e suínos, e o CSI 62/2025, para farinha e óleo de pescado, as indústrias poderão exportar uma ampla variedade de ingredientes essenciais à formulação de rações: farinha de pescado (inclusive de camarão, salmão e atum), óleo de pescado, farinhas de vísceras de aves e suínos, farinha de penas, sangue e penas com sangue (hidrolisadas ou não), proteínas hidrolisadas, plasma e células vermelhas de suínos, misturas de origem animal e palatabilizantes para pet food.

A nova rodada de habilitações fortalece a posição do Brasil como fornecedor confiável e de alto desempenho no comércio global de nutrição animal. Com mais unidades autorizadas a exportar, a tendência é de crescimento consistente nos próximos anos.

Panorama do mercado chinês

O tamanho do mercado chinês não é apenas impressionante – ele define prioridades globais. A China concentra uma grande demanda por ingredientes utilizados na formulação de rações, pet food e produtos derivados de origem animal. O país ocupa o primeiro lugar nos três pilares que sustentam esse consumo: é dono do maior rebanho suíno do planeta, com 427 milhões de cabeças previstas para 2025; da maior população de aves, com 5,3 bilhões de cabeças em 2023; e da maior produção de pescado, com estimativa de 52,9 milhões de toneladas em 2025.

Essa escala se traduz em oportunidades diretas para a indústria brasileira de reciclagem animal. Com a habilitação de 51 plantas, o Brasil amplia sua capacidade de atender um mercado altamente demandante e extremamente seletivo. A exigência por qualidade, rastreabilidade e controle sanitário é alta, e a indústria nacional tem se estruturado, com apoio técnico e institucional da ABRA e do projeto Brazilian Renderers, para corresponder a essas expectativas.

Surge, agora, um novo cenário de oportunidades para as exportações de farinhas brasileiras. Em 2024, o Brasil produziu cerca de 3,7 milhões de toneladas de farinhas de origem animal (todas as espécies), mas exportou apenas 9% desse total — o equivalente a 342 mil toneladas, movimentando US$ 211 milhões. Isso revela uma margem significativa para expansão das exportações, sem comprometer o abastecimento do mercado interno.

O potencial de inserção fica ainda mais claro ao observar os dados de comércio. Em 2024, os Estados Unidos lideraram as exportações de farinhas para a China, com mais de 407 mil toneladas, seguidos por Chile (143 mil t) e Tailândia (135 mil t). Esses números não apenas evidenciam o tamanho da demanda chinesa, mas mostram que há espaço consolidado para fornecedores das Américas e que o Brasil está entrando nessa disputa com força renovada!

Principais dados do mercado chinês

População de suínos (2025):

China – 427 milhões

União Europeia – 132 milhões

Estados Unidos – 76 milhões

Brasil – 34 milhões

Rússia – 28 milhões

Fonte: ABRA/Statista.com

População de Aves (2023):

China – 5,3 bilhões

Indonésia – 5,2 bilhões

Paquistão – 3,7 bilhões

Brasil – 1,8 bilhão

Estados Unidos – 1,5 bilhão

Fonte: ABRA/Statista.com

Produção de Pescado (2025):

China – 52,9 milhões de toneladas

Índia – 10,2 milhões

Indonésia – 5,4 milhões

Vietnã – 5,2 milhões

Bangladesh – 2,7 milhões

Fonte: ABRA/Statista.com

Top Exportadores de Farinhas para a China (2024):

Estados Unidos – 407.966 toneladas

Chile – 143.337 toneladas

Tailândia – 135.792 toneladas

Índia – 70.793 toneladas

México – 58.180 toneladas

Equador – 56.438 toneladas

(Fontes: ABRA, com dados da Statista.com e Fisherinndia.com)

Um caminho construído com diplomacia, técnica e persistência

A articulação que resultou na habilitação dos 51 estabelecimentos envolveu meses de diálogo técnico, alinhamento regulatório e cooperação internacional. O Brazilian Renderers atuou em todas as frentes: organizou missões, acompanhou auditorias, participou de eventos estratégicos e fortaleceu a imagem do setor nos mercados prioritários.

Em abril de 2023, durante visita oficial do presidente Lula à China, foi assinado o protocolo sanitário para proteínas processadas de aves e suínos. Poucos meses depois, durante a cúpula do G20 no Brasil, a presença do presidente Xi Jinping simbolizou o avanço de novos acordos — entre eles, o protocolo para farinhas e óleos de pescado.

Outro marco decisivo foi a missão técnica da GACC ao Brasil, entre os dias 27 de maio e 8 de junho de 2024. A visita, organizada em parceria com o MAPA e com apoio logístico da ABRA, permitiu a avaliação presencial do sistema regulatório brasileiro, com inspeções in loco a estabelecimentos e laboratórios.

Paralelamente, o projeto também participou do Seminário de Cooperação Econômica e Comercial China (Tianjin) – Brasil, realizado em São Paulo, e de encontros diplomáticos que celebraram os 50 anos das relações bilaterais entre os dois países. Tudo isso reforçou o posicionamento do Brasil como um parceiro confiável e estratégico no fornecimento global de ingredientes de alto valor nutricional.

Um setor que transforma e movimenta cadeias inteiras

A indústria de reciclagem animal desempenha um papel silencioso, mas vital na cadeia produtiva brasileira. Responsável por processar com segurança os resíduos gerados pelo abate de aves, suínos, bovinos e pescado, o setor garante destino nobre a partes que não seguem para o consumo humano, convertendo matéria-prima de origem animal em ingredientes de alto valor para diferentes segmentos.

É uma engrenagem eficiente que conecta o campo à indústria: abastece a alimentação animal, contribui com a produção de pet food, é insumo para a saboaria, além de ter papel crescente no fornecimento de matéria-prima para o biodiesel. No Brasil, 100% dos resíduos coletados em estabelecimentos de abate e no varejo são reciclados. Este índice traduz o compromisso do setor com a sustentabilidade, a segurança sanitária e o aproveitamento total da produção.

O Brasil que alimenta o mundo também transforma o que produz

Mais do que ampliar destinos comerciais, a habilitação representa uma vitória para a sustentabilidade, a segurança sanitária e o aproveitamento integral da produção pecuária. Com inovação tecnológica e controle rigoroso, o setor brasileiro transforma o que seria descartado em valor econômico e ambiental — uma vocação cada vez mais estratégica diante dos desafios globais.

O projeto Brazilian Renderers, com sua atuação articulada entre setor produtivo e poder público, reafirma o papel do Brasil como protagonista global em reciclagem animal, contribuindo para um sistema alimentar mais eficiente, seguro e sustentável.

Brazilian Renderers

Desde 2012, a ABRA e a ApexBrasil promovem em parceria o projeto Brazilian Renderers, com o objetivo de fomentar as exportações do setor de Reciclagem Animal — farinhas, gorduras, hemoderivados, palatabilizantes e proteínas hidrolisadas de origem animal. Por meio da participação em feiras, realização de workshops e outras ações especiais de promoção comercial, os projetos valorizam atributos da indústria da reciclagem animal e seus produtos — como a qualidade, o status sanitário e a sustentabilidade da produção — e valorizam as marcas internacionais dos produtos, fomentando novos negócios para os exportadores brasileiros. Informações sobre como fazer parte dos projetos setoriais podem ser obtidas pelo site brazilianrenderers.com.

Sobre a ABRA

A Associação Brasileira de Reciclagem Animal (ABRA) é uma entidade que representa as indústrias do setor de reciclagem animal produtoras de farinhas, gorduras, hemoderivados, palatabilizantes e proteínas hidrolisadas de origem animal. É uma entidade sem fins lucrativos. Foi fundada em 2006 e trabalha para promover os seus associados, divulgar ações voltadas para o segmento, intermediar a relação com outras entidades e órgãos governamentais, além de fomentar a geração de negócios no mercado nacional e internacional. Para saber mais, acesse: abra.ind.br.

Sobre a ApexBrasil

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) atua para promover produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira. Para alcançar os objetivos, a ApexBrasil realiza ações direcionadas de promoção comercial que visam promover as exportações e valorizar os produtos e serviços brasileiros no exterior, como missões prospectivas e comerciais, rodadas de negócios, apoio à participação de empresas brasileiras em grandes feiras internacionais, visitas de compradores estrangeiros e formadores de opinião para conhecer a estrutura produtiva brasileira, entre outras plataformas de negócios que também têm por objetivo fortalecer a marca Brasil.

A Agência também atua de forma coordenada com atores públicos e privados para atração de investimentos estrangeiros (IED) para o Brasil com foco em setores estratégicos para o desenvolvimento da competitividade das empresas brasileiras e do país. Para saber mais, acesse: apexbrasil.com.br.

Fonte: Assessoria de Comunicação ABRA
Luísa Schardong, jornalista, MTB/RS 0018094