O Brasil exportou, em maio, o terceiro maior volume da história para o mês - 14,1 milhões de toneladas.
Segundo dados da Secretária de Comércio Exterior (Secex), em junho, até a terceira semana, o Brasil embarcou 9,0 milhões de toneladas, com uma média diária de 644,7 mil toneladas, o que representa um recuo de 7,6% frente à média diária em junho de 2024.
No ano (janeiro a maio), o Brasil exportou 51,5 milhões de toneladas de soja, volume superior ao registrado no mesmo período dos últimos três anos - mesmo com o desempenho mais fraco em maio. Veja na figura 1.
O line-up da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) para junho estava estimado em 15,0 milhões de toneladas.
Figura 1.
Exportação brasileira anual de soja em grão, em milhões de toneladas.
Fonte: Secex / Elaborado por: Scot Consultoria
Os preços no mercado interno estão estáveis. No Porto de Paranaguá, a saca de soja estava cotada em R$135,00 em 26/6/2025, sem variação nos últimos trinta dias.
Mesmo com a perspectiva de uma safra recorde no Brasil, o bom volume embarcado tem contribuído para manter o mercado firme.
Para o curto prazo, pensando nos preços do mercado internacional, o relatório divulgado em junho pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) trouxe um viés baixista para as cotações, refletindo o aumento nos estoques finais globais e a manutenção de uma oferta robusta entre os principais exportadores. Além disso, o bom desenvolvimento da safra nos Estados Unidos também contribuiu para esse cenário de pressão sobre os preços em Chicago.
Por outro lado, alguns fatores oferecem sustentação ao preço. As tarifas chinesas de 10% sobre a soja norte-americana continuam em vigor, o que deve manter a China comprando soja brasileira — inclusive pagando prêmios de exportação mais altos para garantir o abastecimento.
Outro fator positivo é o aumento da demanda por óleo de soja para biocombustíveis. Entre os destaques, está o anúncio recente da EPA (Agência de Proteção Ambiental dos EUA), que estimula o uso de biodiesel, e a elevação da mistura obrigatória de biodiesel no Brasil, de 14% para 15%, confirmada em 25 de junho.
Nesse sentido, entendemos para o Brasil um mercado firme e estável, sem descartar possíveis quedas em curto prazo.