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Especulações de balde

por Fabio Lucheta Isaac
Sexta-feira, 2 de dezembro de 2005 -12h16
O mercado do boi gordo está nervoso, tenso. No dia 8 deste mês expira o prazo limite para que o Brasil apresente uma resposta oficial ao relatório da União Européia (produzido depois da visita de setembro) em que ficaram alguns pontos em aberto, principalmente sobre rastreabilidade e defesa sanitária.

Correm boatos de que os europeus estão bastante insatisfeitos com algumas medidas adotadas pelo governo brasileiro, principalmente com relação à liberação da comercialização de carne e gado do MS para outros Estados e à demora em declarar o PR como zona com febre aftosa.

Estariam ocorrendo fortes pressões dentro do bloco, principalmente por parte de britânicos e irlandeses, para que a União Européia estabeleça um embargo total à carne bovina brasileira. Internamente, o fato estaria alimentando as pressões baixistas sobre as cotações da arroba.

A União Européia respondia, até a notificação dos casos de aftosa no MS, por cerca de 35% do faturamento das exportações brasileiras de carne bovina. Mas desde meados de outubro o bloco não compra mais carne de SP, MS e PR.

O governo federal e os exportadores argumentam que vêm realizando todo o trabalho possível para que o embargo europeu não seja ampliado. Mas comenta-se que, mesmo internamente, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento estaria sendo pressionado para declarar logo o PR zona infectada, fechar as fronteiras, e assim evitar danos maiores.

Mediante a lentidão do governo e a ausência de informações oficiais, o mercado segue envolto em especulações. No final das contas, quem perde é o produtor. (FTR)