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Poucos negócios e preços pouco atrativos travam mercado futuro do boi gordo

por Maria Gabriela Tonini
Quarta-feira, 27 de janeiro de 2010 -09h04
O mercado físico do boi gordo está lento, em função de oferta pequena, venda de carne mais fraca e poucas perspectivas de grandes alterações no curto prazo.

Mas o mercado futuro do boi gordo (negociado na BM&F) está ainda mais lento. O número de contratos abertos está abaixo da média dos últimos anos, o que já tira a liquidez do mercado e limita os negócios. Nesta mesma época em 2008, havia cerca de 10,5 mil contratos abertos para o vencimento de outubro/08 contra os cerca de 3,0 mil atuais para outubro/10.

Além do mais, as perspectivas de preços para os contratos com vencimentos mais longos não estão muito atrativas. Observe na tabela 1.



Observe que geralmente em janeiro as expectativas são de que os preços do boi gordo aumentem cerca de 10% até outubro (média das variações de 2001 a 2009). Entretanto, em 2010, o mercado aponta por uma valorização mais modesta, de cerca de 4%, isso ajuda na lentidão dos negócios, por falta de estímulo de preços melhores.

É válido lembrar que 2008 e 2009 foram anos atípicos. Em janeiro de 2008 a União Européia havia acabado de embargar a carne bovina brasileira, minando as perspectivas de preços melhores para outubro de 2008 (no entanto, o mercado futuro chegou a R$100,00 em meados de junho). Em 2009 foram as incertezas da crise econômica internacional que trouxeram desânimo para uma recuperação dos preços em outubro do mesmo ano.