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Novela do Sisbov

por Fabio Lucheta Isaac
Quarta-feira, 30 de novembro de 2005 -11h35
As novas medidas de rastreabilidade impostas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), no âmbito do Sistema Brasileiro de Identificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov), não agradaram a Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

De acordo com a CNA, as novas regras são desfavoráveis aos produtores, que seriam os únicos penalizados por possíveis falhas na aplicação do sistema.

Entre as alterações, a principal é a necessidade dos animais estarem cadastrados no Sisbov por 90 dias no mínimo, antes de serem abatidos para exportação. Segundo os pecuaristas, essa é uma exigência desnecessária, uma vez que a União Européia, principal destino das exportações de carne bovina brasileira, não exige esse prazo.

O objetivo de rastrear os animais desde o nascimento, uma das primeiras exigências da União Européia, é aceito pelos pecuaristas. A polêmica reside na forma como será implantado esse sistema.

Uma das vantagens do Sisbov é o maior controle das movimentações dos animais. Em situações como a ocorrida em outubro e novembro desse ano, onde animais que tiveram febre aftosa entraram em contato com outros animais em uma feira agropecuária, a existência de um sistema que tivesse em seu banco de dados todas as movimentações desses animais, aceleraria o processo de isolamento dos animais possivelmente contaminados.

A ocorrência da febre aftosa é trágica para o mercado de carne bovina, mas o despreparo das autoridades e a demora para lidar com a situação acabam sendo mais prejudiciais. (LMA)