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Adivinhar o futuro, um anseio humano

por Alcides Torres
Segunda-feira, 29 de maio de 2023 -06h00


Artigo originalmente publicado no Broadcast Agro, da Agência Estado, em 22/5/2023.


Com a tremenda retração da cotação da arroba do boi e com o outono anunciando o fim das chuvas, a queda da temperatura e a diminuição da luminosidade, aumenta a ansiedade com relação aos preços.


O outono é o anúncio da entressafra do capim quando não dá mais para segurar as boiadas nas pastagens, esperando por preços melhores, enquanto o boi engorda.


Preços melhores somente quando a oferta de boiadas diminuir e está acontecendo exatamente o contrário. Assistimos a uma desova de bois e, consequentemente, o preço bambeou.


Mas será assim o ano inteiro?


Provavelmente não. Com o fim da oferta do boi em pasto - o que deverá acontecer nas próximas semanas - o mercado reage. Mas de quanto será a reação?


Ninguém sabe, mas o preço está tão ruim, o mercado tão vendedor, que o quadro sugere que os preços, em relação ao mercado vigente, subirão. A cotação, no segundo semestre, na entressafra, deverá ser melhor que os preços nesses cinco meses de 2023.


Convém, no entanto, lembrar que estamos na fase de baixa do ciclo de preços pecuários, período em que aumenta a oferta de matrizes para abate e, consequentemente, o volume de bovinos, pressionando os preços. Portanto cotações exuberantes como as de 2020 até meados de 2022, não deverão acontecer.


Mas, como para cada ponto há um contraponto, o custo de produção caiu aliviando a pressão exercida pelos preços. A projeção, neste ano, é que o resultado da engorda de bovinos em confinamento seja positivo, revelando que nem sempre preço baixo é ruim e que nem sempre preço alto é bom.