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Diferenciais de base

por Lygia Pimentel e Hyberville Neto
Quinta-feira, 1 de outubro de 2009 -08h36
Os diferencias de base (diferença entre o preço de uma determinada praça e o preço vigente em São Paulo) são utilizados como parâmetros para negociações de hedge no mercado futuro ou entre os frigoríficos e fazendeiros, nos contratos de “boi a termo”.

São Paulo é a praça que baliza os preços. Portanto, a tendência é que os preços das outras praças acompanhem o comportamento desse mercado. Mas isso não é regra.

O diferencial de base sofre influência do fator “oferta x demanda”. Também se relaciona com a proximidade das rotas de escoamento e com os maiores centros consumidores. No caso, o principal porto de escoamento e o maior mercado consumidor estão em São Paulo.

Um exemplo claro de que a proximidade de São Paulo influencia os preços está no Mato Grosso do Sul. A praça de Três Lagoas, mais próxima de São Paulo, já registra negócios em R$74,00/@, enquanto em Campo Grande a arroba segue cotada em R$73,00.

Em Goiás, devido à maior quantidade de confinamentos, na entressafra os preços têm se distanciado do valor praticado em São Paulo. Isso ocorre porque quando normalmente deveria faltar boi, exercendo pressão positiva nos preços, o confinamento abastece as escalas de abate.

Isso se torna nítido ao observarmos a figura 1, que mostra onde o diferencial tem expressivo aumento na chamada “desova de confinamento”, que ocorre com maior intensidade em setembro e outubro.



Como em São Paulo a representatividade do confinamento é menor, a oferta mais escassa na entressafra eleva os preços. Em Goiás isso não ocorre, fazendo a diferença entre as praças aumentar.