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Sem referência

por Douglas Coelho
Quinta-feira, 14 de novembro de 2019 -16h15


Em um artigo não seria possível detalhar toda a série de fatos, que vai de habilitação de oito frigoríficos de carne bovina para Arábia Saudita, mais treze plantas para a China (das quais cinco são de carne bovina), remarcação de preços da carne no mercado atacadista em SP e também um limite de alta de boa parte dos contratos em aberto na B3 (nesta quarta-feira, 13/11).


Este limite de alta merece destaque.


O último movimento tão brusco visto nos contratos foi no sentido contrário, com o limite de baixa relacionado a deflagração da Operação Carne Fraca em 2017.


Apenas para contextualizar, o limite de oscilação (de baixa ou de alta) é um dos mecanismos mitigadores de risco para contratos futuros da B3. O limite impede a inserção de ofertas com preços que representem variação inferior/superior a um determinado valor frente ao preço de ajuste do dia anterior.


O limite de alta desta quarta-feira (13/11) na B3 ocorreu mesmo depois de a arroba já ter tido valorização de cerca de R$25,00 nas últimas semanas. Para ter uma noção da proporção do movimento durante o pregão, a B3 teve que ajustar este limite de variação, de 3,5% para 4,0%.


Olhando para o mercado físico, os preços de balcão têm subido R$1,00/@, R$2,00/@ até R$5,00/@ por dia em São Paulo, o que deixa o mercado praticamente sem referência. O repasse desse aumento de preços da matéria-prima para o produto (carne no atacado) também foi verificado nas três semanas anteriores.


No meio dessa explosão de preços é sempre importante lembrar o óbvio, ou seja, que nenhum mercado sobe para sempre. Adivinhar de antemão qual será o topo do mercado é impossível e não é recomendável que ninguém tente realizar essa façanha. É bem provável que o mesmo nível de volatilidade acontecido na alta do mercado ocorra também na baixa, ou até mesmo em níveis superiores, desta forma, a única certeza que é possível ter nesse momento é que ainda teremos fortes emoções até o fim do ano.