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Carta Conjuntura - Hambúrguer de origem vegetal

por Felippe Reis
Sexta-feira, 11 de outubro de 2019 -18h00


No Brasil, há 29,2 milhões de pessoas que declararam ser adeptas da dieta vegetariana, dos quais, 7 milhões são veganas (IBOPE - 2018). 


Esse número, quase 30 milhões de pessoas vegetarianas, representam 13,8% da população. 


Acatando essa informação, empresas do setor de carnes entraram e/ou estão estudando entrar no setor de “carne vegetal”. 


Um exemplo, é o anúncio da parceria do Marfrig com a ADM (Archer Daniels Midland - empresa norte-americana especializada em proteína de origem vegetal) para a produção de carnes com proteínas de origem vegetal. 


Com o anúncio, as ações do Marfrig subiram 6,5%, indicando que o mercado está apostando no crescimento deste segmento. 


A Seara (pertencente ao JBS) lançou o “Incrível Burger Seara Gourmet”. O hambúrguer é feito de soja não transgênica, beterraba, alho e cebola.


Restaurantes fast food têm incluído nos cardápios opções de alimentos com “carne vegetal”. É o caso do Burger King e McDonalds, por exemplo. 


Um estudo do banco UBS calcula que o mercado de carne à base de plantas faturou 4,6 bilhões de dólares em 2018 e poderá chegar a 85 bilhões de dólares em 2030 (um crescimento anual de 28% até 2030). 


O consumo de carne bovina no Brasil é de 37,43 kg/habitante/ano (USDA/IBGE). Como os grandes centros, como as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, concentram boa parte da população, parcela significativa da produção de carne bovina é destinada para essas megalópoles. 


O estado de São Paulo, com o maior número de habitantes do Brasil, concentra 21,9% do consumo de carne bovina (figura 1).


Figura 1.
Dez maiores estados consumidores de carne bovina no Brasil.
Fonte: IBGE / USDA – Elaborado por Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br


Tabela 1.
Consumo de carne bovina no Brasil por estado, em relação ao total disponível.

















































































































São Paulo 21,9%
Minas Gerais 10,1%
Rio de Janeiro 8,2%
Bahia 7,1%
Paraná 5,4%
Rio Grande do Sul 5,4%
Pernambuco 4,5%
Ceará 4,3%
Pará 4,1%
Santa Catarina 3,4%
Maranhão 3,4%
Goiás 3,3%
Amazonas 2,0%
Espírito Santo 1,9%
Paraíba 1,9%
Rio Grande do Norte 1,7%
Mato Grosso 1,7%
Alagoas 1,6%
Piauí 1,6%
Distrito Federal 1,4%
Mato Grosso do Sul 1,3%
Sergipe 1,1%
Rondônia 0,8%
Tocantins 0,7%
Acre 0,4%
Amapá 0,4%
Roraima 0,3%


Fonte: IBGE / USDA - Compilado por Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br


A “carne vegetal”, vem para somar e não para substituir a proteína animal. Isso aconteceu com o “leite de soja”, lembram-se?


Vale ressaltar que o consumo de carne bovina tem aumentado na China e, caso cada chinês acresça ao consumo 150 gramas de carne bovina por semana (o equivalente a um hambúrguer), a oferta para atender a essa demanda saltará de sete milhões de toneladas equivalente carcaça (tec), consumo vigente,  para 20 milhões de toneladas (tec). Para comparar, a produção brasileira de carne bovina em 2018 foi de dez milhões de toneladas (tec) (IBGE).

E não é somente o mercado chinês em expansão o motor, a expectativa é de que a dieta melhore nas demais regiões do planeta, com o desenvolvimento econômico e com a melhoria da renda.

O desafio é produzir alimentos para atender o consumo existente, debelar a fome e suprir a melhoria da qualidade da dieta que está por vir.