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Carta Conjuntura - A representatividade da pecuária

por Letícia Vecchi
Terça-feira, 21 de maio de 2019 -16h00


Participação no PIB
 


Em 2018 o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro foi de R$6,80 trilhões, crescimento de 1,1% frente a 2017. Essa alta foi puxada pela área de serviços (1,3%), indústria (0,6%) e a agropecuária (0,1%) de acordo com o IBGE. 


O agronegócio representou 21,1% do PIB brasileiro em 2018, totalizando R$1,44 trilhão. 


Figura 1.
Participação do PIB do agronegócio no PIB nacional.

Fonte: Cepea / Elaboração Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br 


Dentro do PIB do agronegócio a pecuária, considerando a produção de aves, bovinos e suínos, representou R$375,30 bilhões, ou seja, 26,5%. 


Se setorizarmos o ramo pecuário em insumos, agropecuária (dentro da fazenda), indústria e serviços, a atividade dentro da porteira, representou 27,4% do PIB pecuário, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). 


Figura 2.
Representatividade dos setores da pecuária no PIB pecuário.

Fonte: Cepea / Elaboração Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br 


Grandes números da pecuária de corte 


Entre os principais setores que compõem os custos dentro da fazenda estão a nutrição, sanidade, sementes de capim, fertilizantes e defensivos agrícolas. 


A nutrição de bovinos pode ser subdividida em dois grupos, os suplementos minerais e as rações concentradas. 


Em 2017 a produção nacional dos macros ingredientes totalizou 72,36 milhões de toneladas, desse total, 2,62 milhões de toneladas foram absorvidos pelas fábricas de ração e três milhões de toneladas pelas fábricas de suplementos minerais, segundo Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações). 


Entre 2013 e 2017 a demanda total de ingredientes pela atividade cresceu 24,3%. 


Ainda segundo o Sindirações, em 2018, até setembro, a produção de rações concentradas representou dois milhões de toneladas, aumento de 3,0% em relação ao mesmo período de 2017. 


Para os produtos veterinários, os ruminantes, no geral, garantem ao setor aproximadamente três bilhões de dólares, representando 60,0% do faturamento anual, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan).


Os produtos mais utilizados pelo ramo pecuário são endectocidas, vacinas, antibióticos e hormônios para reprodução.


Dentro do segmento de sementes, o faturamento médio anual no Brasil é de R$1,50 bilhão. Dentre as cultivares existentes, estima-se que 80% das pastagens cultivadas no país são formadas por alguma espécie de Brachiaria (Embrapa).


Já o mercado de fertilizantes possui um faturamento médio de US$14,00 bilhões, sendo o Brasil, o quarto consumidor de nitrogênio do mundo, o terceiro de fósforo e o segundo de potássio, segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA).


Os defensivos agrícolas, possuem menos representatividade no setor pecuário. O faturamento global do setor, em 2016, foi de US$49,98 bilhões.


O Brasil representou 19,1% desse total, sendo que as pastagens foram responsáveis por 2,0% a 3,0%, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (SINDIVEG).


Conclusão


A participação da pecuária no PIB do agronegócio brasileiro é representativa. O setor movimenta bilhões por ano, além da geração de emprego para milhares de pessoas.


A produção de carne bovina está crescendo no país e as exportações atingiram níveis recordes em 2018, favorecendo a balança comercial brasileira. E o melhor, há espaço para o avanço e contínuo desenvolvimento do setor.