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Encontro Scot/Zylbersztajn: sinais do próximo governo não são os melhores para mercado externo

por Broadcast Agro
Sexta-feira, 23 de novembro de 2018 -14h15


Levando em conta a guerra comercial entre Estados Unidos e China e o governo que vai tomar posse em 1º de janeiro no Brasil, o professor titular da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Décio Zylbersztajn, demonstrou preocupação, para o setor exportador agropecuário, em relação aos sinais emitidos pelo futuro presidente, Jair Bolsonaro, que “não são os melhores”. “Pelo contrário. As sinalizações, principalmente na relação com os principais mercados de destino brasileiro, não são claras”, disse, e acrescentou: “O que se pode observar é uma falta de cuidado necessário, mesmo considerando uma fase preliminar num governo que se anuncia. Vejo isso como uma questão fundamental.” O professor participa, agora pela manhã, do Encontro de Analistas da Scot Consultoria, em São Paulo.


Ele comentou, ainda, que o mundo passa por uma ruptura importante entre Estados Unidos e China, com repercussões globais. “Neste momento há profundos esforços no sentido de repensar uma relação entre esses países, principalmente nos bastidores.” Para o Brasil, algo que joga a favor por enquanto é a valorização do dólar ante o real, “com óbvias vantagens para os segmentos exportadores do agronegócio”. Ele advertiu, entretanto, que essa situação deve afetar os custos de produção agrícola, já que muitos insumos são cotados em dólar.


Quanto ao mercado interno, há uma expectativa de pequena reação na renda doméstica, com todos os efeitos que isso tem no agronegócio. “Então, pelo menos para um início de governo, temos uma expectativa positiva para as cadeias produtivas do agro.”


Por: Tânia Rabelo