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A nova representante do agronegócio no Brasil

por Marina Zaia
Segunda-feira, 12 de novembro de 2018 -09h15


Biografia
 


A deputada federal, Tereza Cristina (DEM-MS), foi escolhida para ser a ministra da Agricultura Pecuária e Abastecimento do governo Jair Bolsonaro. 


A futura ministra é formada em engenharia agronômica pela Universidade Federal de Viçosa (Minas Gerais), foi secretária de Estado de Desenvolvimento Agrário, Produção, Indústria, Comércio e Turismo do Mato Grosso do Sul (Seprotur) de 2007 a 2014.


Tereza também esteve à frente de diversas associações e conselhos voltados para a área rural do estado, como a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado (Famasul) e a Associação dos Criadores do Estado (Acrissul).


Histórico na câmara


A futura ministra foi eleita deputada federal em 2014 e na época era filiada ao PSB, mas desfiliou-se do partido em novembro do ano passado, filiando-se ao seu atual partido, o Democratas (DEM).


Reeleita neste ano para seu segundo mandato na Câmara com 75.068 votos, quarta maior votação para a câmara federal, por Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina é a atual presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), que hoje conta com 261 parlamentares (234 deputados e 27 senadores).


Curriculum em prol do agronegócio


Entre os destaques da sua atuação como deputada federal estão propostas para obtenção de financiamento facilitado à produção agrícola, através do projeto de lei que permite fracionar imóvel rural na garantia de empréstimo, o que ampliaria e facilitaria o acesso ao crédito por parte do produtor rural. 


Além disso, a deputada foi presidente da Comissão Especial da Câmara que aprovou o Projeto de Lei 6.299/2002, que muda a legislação brasileira sobre os agrotóxicos e deve agilizar o registro dos defensivos agrícolas. 


A deputada também defendeu recentemente que se aprove ainda neste ano as novas regras do licenciamento ambiental. A proposta define quais atividades e empreendimentos não precisarão passar pelo licenciamento ambiental, garantindo proteção ao meio ambiente e desburocratização, segundo a ministra "ter licenças mais ágeis não é perder a segurança ambiental".         


Outro projeto que está na pauta da presidente da FPA é o que propõe uma legislação própria para a demarcação de terras indígenas no Brasil no intuito de garantir maior segurança jurídica ao processo.


Em resumo, as propostas dizem respeito ao agro nacional.


Repercussão


A indicação de Tereza Cristina foi bem aceita pelo agronegócio. Publicamente a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) manifestou seu apoio à parlamentar e se propôs a construir uma agenda conjunta para o desenvolvimento da agropecuária e do País. Em nota, a Sociedade Rural Brasileira (SRB) disse que o agronegócio sai fortalecido com a nova ministra. A Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) também avaliou como "excelente" a escolha.


A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), disse que a deputada conhece profundamente o agronegócio e tem ótimo relacionamento com entidades. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) ressaltou que a futura ministra sabe claramente das dificuldades e oportunidades que o setor tem pela frente. A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) e a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) também desejaram sucesso e garantiram apoio à futura ministra. 


Para a Scot Consultoria, a escolha tranquiliza o setor, pela abrangente experiencia da deputada e também por seu temperamento ponderado o que garante habilidade para negociar as demandas da agricultura e da pecuária brasileira.


Em consenso claro, a deputada é vista com bons olhos pelo setor. Segundo líderes, ela atende às expectativas do agronegócio, conhece os desafios da agropecuária brasileira, tem experiência técnica para exercer o cargo, além de boa articulação política e capacidade de diálogo.


Primeiros passos na nova gestão


Após ser nomeada, a futura ministra disse que trabalhará pela área de sanidade para evitar contratempos que prejudiquem o setor.


Disse também encarar como urgência as questões de infraestrutura e logística para aumentar a competitividade do agronegócio e resolver questões polêmicas como o tabelamento do frete.


A parlamentar também declarou que o comércio exterior é um ponto que será cuidado com atenção, principalmente com a China, países do Mercosul e com países árabes.


Expectativas


Segundo dados de sua campanha eleitoral, como deputada federal, Tereza Cristina levou R$129 milhões em verbas para o Mato Grosso do Sul e aumentou em 200% o crédito rural para o estado.


A expectativa como a futura ministra está por conta de como será o plano de governo e como direcionará os recursos com um cenário fiscal espartano.


Em 2017 o PIB do agronegócio cresceu 13% e o Brasil passou perto de fechar mais um ano de recessão com crescimento de 1%.


Mas, sem dúvida, o maior de todos os desafios será manter a pujança do agronegócio brasileiro, no Brasil e no mundo.