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A volta do Independência

Quarta-feira, 6 de maio de 2009 -08h47
Por Fabiano Tito Rosa

Com base num plano de reestruturação que envolve a renegociação de dívidas, o cancelamento de contratos de arrendamento, a devolução de ativos financiados e o enxugamento do quadro de colaboradores, o frigorífico Independência planeja retomar as atividades nas unidades de Nova Andradina – MS e Rolim de Moura – RO. Isso até o dia 22 deste mês.

A empresa anunciou ainda que até 30 de maio decidirá a situação das unidades mato-grossenses localizadas em Pontes e Lacerda, Juína e Colíder. Vale lembrar que a unidade de Janaúba – MG já voltou a operar há algumas semanas. Foi a primeira a ser reaberta.

Assessorado pela consultoria KPMG, o Independência busca uma redução de mais de R$5 milhões mensais em custos fixos. Mas tudo depende ainda de autorização judicial.

Vale destacar que a dívida total do Independência é de aproximadamente R$3,45 bilhões. Desse total, pouco mais de R$3 bilhões são com bancos, debêntures emitidos e outras instituições financeiras; R$242 milhões são com fornecedores; e o restante com ativos fixos (aquisição de cinco plantas industriais), impostos e rescisões trabalhistas entre abril e maio de 2009.

É de se comemorar a retomada das operações do Independência, principalmente se vier acompanhada de garantias reais de quitação das dívidas junto aos fornecedores. Um único pecuarista tem a receber quase R$10 milhões do frigorífico. É muita coisa.

Neste momento, especialmente para os pecuaristas sul mato-grossenses, um aumento da concorrência pelo boi seria, no mínimo, providencial. Afinal, a seca tem levado a uma desova concentrada de animais para abate, derrubando as cotações do Estado para um dos patamares mais baixos do Brasil.