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Carta Leite - Rentabilidade da atividade leiteira em 2017 e previsões para 2018

por Rafael Ribeiro e Juliana Pila
Sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018 -11h00

 


Anualmente a Scot Consultoria calcula as rentabilidades médias das atividades agropecuárias e de outras opções de investimento de capital, referentes ao fechamento do ano anterior.


Para este cálculo são utilizados modelos econômicos que levam em consideração fatores estimados para cada negócio agropecuário (índices técnicos, localização e estrutura produtiva), conforme o nível tecnológico.


Neste sentido, os resultados apresentados podem ter significativa variação, conforme alteração dos índices produtivos.


Pecuária leiteira


No caso da pecuária leiteira, a rentabilidade média da atividade de alta tecnologia (25 mil litros/ha/ano) caiu de 3,08% em 2016 para 2,08% em 2017.


Para sistemas com produtividade média de 1,5 mil litros por hectare ano houve prejuízo médio 8,47%.


O preço pago ao produtor caiu em maior proporção que os custos de produção. A pressão de baixa foi maior no segundo semestre, com a produção aumentando (safra) e a demanda interna patinando.


Segundo o Índice Scot Consultoria de Custo de Produção, a queda nos custos foi de 7,9% em 2017, frente a 2016, enquanto o preço pago aos produtores caiu, em média, 9% no mesmo período.



O pior resultado

Para a pecuária leiteira de baixa tecnologia este foi o sexto ano consecutivo de rentabilidade negativa. Foi o pior resultado dentre as atividades agropecuárias analisadas.



Na figura 2, uma comparação com outras atividades agropecuárias e opções de investimentos.



Para 2018


Para 2018 as apostas estão na retomada do crescimento da demanda interna por produtos lácteos, porém, ainda em ritmo lento.


Do lado da oferta, a estimativa da Scot Consultoria é de crescimento de 1,8% da produção, patamar abaixo do verificado em 2017 (2,5%). Os resultados negativos da atividade, o clima desfavorável e o aumento dos custos de produção deverão refletir na produção brasileira.


A oferta ajustada, se acompanhada de uma recuperação da demanda, poderá refletir em uma variação maior nos preços do leite ao produtor no primeiro semestre.


Para o produtor, a expectativa é de que os preços comecem a subir a partir de fevereiro, com a curva de produção começando a cair nas principais bacias leiteiras.


Para o pagamento de fevereiro, referente a produção de janeiro, 64% dos laticínios pesquisados acreditam em estabilidade do preço ao produtor, 22% falam em alta e 14% acreditam em queda frente ao pagamento anterior.


Para março a previsão é de que o movimento de alta ganhe força, com peso maior da entressafra e menor disponibilidade de leite cru, além de uma melhoria da demanda.


Do lado dos custos de produção, a expectativa de menor produtividade das lavouras nesta safra, e questões como clima e câmbio podem resultar em aumento nos preços destes insumos, o que exigirá maior cautela e planejamento de compra desses produtos.


Juliana Pila – zootecnista


Rafael Ribeiro - zootecnista


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