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Fertirrigação de pastagens: uso de água e efluentes

por Equipe Scot Consultoria
Sexta-feira, 1 de setembro de 2017 -09h40


Nos dias 3 e 4 de outubro acontecerá o Encontro de Adubação de Pastagens da Scot Consultoria, em Ribeirão Preto-SP.


Um dos palestrantes será o professor Dr. Luís César Dias Drumond, engenheiro agrônomo e pesquisador que atua na área de Recursos Hídricos e Meio Ambiente, com ênfase em aplicação de águas residuárias através de sistemas de irrigação.


Sua palestra abordará o custo benefício da utilização de irrigação em pastagens e como aliar a irrigação com aplicação de águas residuárias e efluentes.


Para saber um pouco sobre a palestra, leia a entrevista que ele concedeu à Scot Consultoria e não fique de fora desse evento!

Faça sua inscrição pelo site:
http://www.scotconsultoria.com.br/encontros/produto/encontro-dos-encontros/ ou pelo telefone (17) 3343-5111


Scot Consultoria: Professor, conte-nos um pouco sobre o que será abordado na sua palestra?


Luís Drummond: Eu vou falar sobre projetos de irrigação e uso da água residuária. A ideia é mostrar que tem um caminho para se fazer a irrigação em pastagens e que você pode diminuir custos com o próprio projeto, você pode, por exemplo, usar efluentes para associar uma atividade com outra, sempre buscando transformar o resíduo de uma atividade em insumo para outra atividade.


O problema é que o tratamento de resíduo químico hoje é muito caro. Fazer extração de 1 metro cúbico da água para ser devolvido para o corpo hídrico custa mais de R$160,00 e, na verdade, o que a gente faz é retirar os elementos químicos de fonte de nutrição das plantas, pois a água residuária nada mais é do que uma composição de elementos químicos que tem nos adubos químicos que nós compramos, e o que nos queremos é otimizar isso.


Scot Consultoria: A aplicação de fertilizantes através da água de irrigação é mais eficiente quando comparada aos métodos convencionais?


Luís Drummond: Isso já foi testado, existem vários trabalhos conhecidos demostrando isso. Então, se você tem um projeto de irrigação que aplica com a uniformidade que você deseja, obviamente o elemento químico que está dissolvido nela também vai ser.


Mas a grande vantagem não é só essa, existe também a possibilidade de parcelamentos diários, ou seja, você pode aplicar doses homeopáticas em frequências muito altas sem alterar o manejo de irrigação e sem alterar o manejo da própria forragem/espécie que você está trabalhando.


Além da uniformidade, você evita as perdas por volatilização e também evita perdas por lixiviação profunda, porque você está sempre aplicando doses pequenas capazes de serem controladas tranquilamente ao nível que a planta extrai.


Scot Consultoria: A fertirrigação é indicada para qualquer tipo de solo?


Luís Drummond: A fertirrigação pode ser utilizada em qualquer tipo de solo, não existe limitação quanto a isso. A única coisa que você tem analisar é o balanceamento do pH, ou seja, você não pode fazer uma diluição muito concentrada, pois acaba alterando o pH da mistura e pode tornar algum elemento precipitável. Este é o único cuidado. Agora em relação ao tipo de solo, não. Você pode trabalhar em solos de diferentes texturas e classificações.


Scot Consultoria: Quais são os sistemas de irrigação mais indicados para utilizar na fertirrigação de pastagens?


Luís Drummond: Geralmente são os sistemas de aspersão, o que temos utilizado é o pivô central e sistema de aspersão automatizado fixo, que no passado era chamado de malha.


Atualmente estamos começando alguns projetos novos, que ainda não possuímos dados, de irrigação de pastagem por gotejamento subterrâneo, porque com a crise de água atual e com o preço que acreditamos que vai ficar o metro cúbico de água, nós vamos partir para o sistema de gotejamento para ver como vai se comportar o custo disso.


Scot Consultoria: Quais os principais desafios que o produtor encontra ao implantar a fertirrigação em sua propriedade?


Luís Drummond: Em minha opinião, os dois grandes desafios são encontrar o assessoramento que tenha uma visão holística do processo, que realmente é um processo muito amplo, e depois treinamento e mão de obra para tocar isso, para obter da fertirrigação o potencial que ela pode dar.


Scot Consultoria: Qual a melhor maneira de administrar os períodos de irrigação com o pastejo rotacionado?


Luís Drummond: Na verdade o processo de manejo de irrigação com o manejo de pasto tem que passar por um estudo de clima e de solo. Em minha opinião, você deve ter uma estação automatizada da área, ou seja, se você tiver trabalhando com uma área intensiva de 50 hectares compensa você comprar uma estação automatizada para saber com precisão a evapotranspiração e depois ficar atento a testes de umidade de solo.


Eu não tenho tido bons resultados com densitometria, porque o manejo é muito difícil a nível de campo, mas você pode fazer algumas aferições, como por exemplo, determinação direta de umidade no campo, com método padrão de estufa ou com método de balão volumétrico, ou seja, tem algumas aferições para ajustar esse manejo de água com o manejo do gado.


Cada local ou propriedade necessita de estudos em função dos diferentes climas e solos, não existe uma receita de bolo.