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Carta Leite - Produção mundial de leite em queda

por Juliana Pila
Segunda-feira, 14 de novembro de 2016 -16h15


Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, sigla em inglês), dos cinco principais exportadores de leite em pó, Nova Zelândia, União Europeia, Argentina, Austrália e Brasil, quatro deles terão produção de leite fluido menor em 2016, comparado com o ano anterior. Veja a tabela 1.



No Brasil a produção de leite caiu em 2015, em função do forte aumento dos custos de produção e também de problemas climáticos em algumas regiões produtoras.


Estes fatores desestimularam os investimentos na atividade e levaram a redução de despesas por parte do produtor, inclusive com alimentação do rebanho.


O cenário de queda na produção de leite se estendeu para 2016. Segundo projeções da Scot Consultoria, o país deverá fechar o ano com produção 0,6% menor que o ano anterior.


Na Nova Zelândia, problemas climáticos afetaram negativamente a produção de leite em 2016. O USDA estima queda de 2,0%, em relação ao ano anterior.


Nossos vizinhos argentinos também sofreram em decorrência das adversidades do clima, com enchentes atingindo as principais regiões produtoras. Além disso, o aumento dos custos de produção e a queda no preço pago ao produtor pesaram sobre o resultado. A expectativa é que a produção no país diminua 13,4% na comparação anual.


A Austrália vive uma crise da indústria de lácteos que também vem afetando a produção. A queda esperada para 2016 é de 1,0% frente ao ano anterior.


Somente na União Europeia a produção não caiu. Para 2016, a previsão é de que a produção tenha incremento de 1,3%. O aumento da produção está relacionado ao fim das cotas de produção de leite no bloco, em abril de 2015.


E os Estados Unidos?


Os Estados Unidos se destacam nas exportações de lácteos, como queijos, manteiga e leite fluido.


A expectativa, segundo o USDA, é de crescimento de 1,8% na produção de leite no país em 2016, na comparação com o ano anterior. A melhor disponibilidade de forragem e os custos mais moderados dos alimentos deverão apoiar ganhos na produção de leite por vaca.


Considerações finais


Com a expectativa de menor produção mundial de leite, os preços dos lácteos no mercado internacional que vinham andando de lado ao longo de 2016, iniciaram recuperação em meados de agosto e, no início de novembro tiveram uma forte recuperação. Veja na figura 1 o resultado dos leilões realizados pela plataforma Global Dairy Trade (GDT), referência no mercado internacional, em 2016.



No último leilão os produtos lácteos tiveram valorização de 11,4%, os produtos ficaram cotados em US$3.327,00 por tonelada.


O leite em pó integral ficou cotado, em média, em US$3.317,00 por tonelada, uma alta de 19,8% em relação ao leilão anterior.


Os contratos futuros mais próximos acompanharam a forte valorização. A previsão é de alta de 31,9% na segunda quinzena do mês, a um preço médio de US$3.745,00 por tonelada. Veja a tabela 2.



As projeções de preços para os próximos seis meses apontam valores entre US$3.274,00 e US$3.745,00 por tonelada.


Depois da forte alta em novembro, a expectativa é de que as cotações retomem os patamares de US$3.200,00 e US$3.300,00 por tonelada, segundo projeção GDT.