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Setor de alimentação animal deve fechar ciclo com aumento de 2%

Segunda-feira, 11 de janeiro de 2016 -05h56

O setor de alimentação animal registrou, em 2015, um leve aumento em sua produção, de acordo com balanço prévio do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações). A expectativa do órgão é de alcançar 66,3 milhões de toneladas de ração, ante 65 milhões de 2014, um crescimento de 2%. Já para o sal mineral, a previsão é de 2,43 milhões de toneladas em 2015, ante 2,37 milhões de toneladas do ano anterior.


"O efeito da desvalorização do real sobre os preços brasileiros e sobre as matérias-primas utilizadas na alimentação de aves, suínos, bovinos de corte e leite elevou os preços agropecuários no atacado e prejudicou as finanças das empresas", afirma Ariovaldo Zani, vice-presidente executivo do Sindirações.


Segundo ele, os itens que mais pressionaram o setor foram os aditivos importados e indexados ao dólar; o milho, cujo preço/tonelada, em real, aumentou 24,0% entre janeiro e novembro; e o farelo de soja, cujos preços subiram 31,0%, apesar da redução no custo global da alimentação animal, por causa do recuo de 5,0% do valor em dólares do cereal e de 17,0% no farelo da oleaginosa.


"O real fraco e a volatilidade prejudicaram as empresas brasileiras que comercializam seus produtos no mercado interno, caso de muitos produtores independentes de frangos, ovos, suínos, leite, etc., que precisam de crédito e de maior capital de giro, necessários ao pagamento de insumos e de energia elétrica, cujos preços subiram muito", comenta Zani.


O presidente do Sindicato, no entanto, afirma que as agroindustriais, integradoras brasileiras e empresas que exportam farelo de soja, milho e carnes foram favorecidas pela desvalorização do câmbio que, em parte, compensou a queda dos preços internacionais de algumas commodities.


"O possível enxugamento monetário americano, em 2016, poderá pressionar ainda mais o real, o que estimulará a inflação e o aumento da taxa de juros, internamente, embora o dólar valorizado venha favorecer a competitividade dos produtos agropecuários exportados pelo País."


Aves


Segundo o Sindirações, o setor de frangos de corte absorveu 32,4 milhões de toneladas de rações em 2015, um aumento de 3,5%, enquanto o alojamento de pintainhos cresceu 4,7% até setembro. A capacidade de compra do consumidor doméstico diminuiu, por causa da retração econômica, motivo pelo qual a carne de frango substituiu crescentemente a carne bovina.


A desvalorização do real frente ao dólar e os episódios de gripe aviária em países exportadores favoreceram os embarques brasileiros de carne de frango ao exterior, que até dezembro alcançaram 4,304 milhões, 5,0% acima do total obtido em 2014.


A produção de rações para galinhas de postura, por sua vez, totalizou 5,5 milhões de toneladas, um retrocesso de 4,5%, em decorrência da queda da capacidade de compra do consumidor e da diminuição do alojamento de pintainhas.


Gado de Corte


Em 2015, a arroba do boi manteve-se valorizada e o preço da carne bovina levou o consumidor doméstico a optar por proteína mais acessíveis, caso do frango e do suíno. O alto custo da reposição de boi magro e, principalmente, o descompasso entre a oferta e demanda de bezerros, comprometeram os projetos de confinamento e semiconfinamento.


Conforme Zani, como consequência, o setor absorveu 2,7 milhões de toneladas de rações (aumento de 2,2%) e pouco mais de 2,4 milhões de toneladas de sal mineral, apesar do câmbio mais competitivo, da abertura do mercado norte-americano, Arábia Saudita, África do Sul e Iraque, da retomada dos embarques para o Japão e a China, além da ampliação dos embarques para outros destinos tradicionais.


Suínos


A recuperação das exportações da carne suína e a maior procura do consumidor por causa do alto preço da carne bovina estimularam os abates, apesar de o mercado de animais vivos ter permanecido enxuto. A demanda estimada por ração, por sua vez, respondeu também ao aumento no peso de abate e totalizou 15,7 milhões de toneladas durante 2015, aumento de 3% comparado ao ano anterior. Com informações da assessoria de imprensa da Sociedade Nacional


de Agricultura.


Fonte: Safras&Mercado. 8 de janeiro de 2016.