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CONAB mantém perspectiva de safra recorde, apesar dos efeitos de fenômeno climático

Segunda-feira, 14 de dezembro de 2015 -05h57

Apesar dos efeitos do fenômeno El Niño na agricultura, o que atrasou o plantio de algumas culturas de primeira safra, a perspectiva de colher uma grande produção na temporada 2015/16 se mantém. A avaliação foi feita na sexta-feira (11/12) pelo diretor de Política Agrícola e Informações da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), João Marcelo Intini, durante a divulgação do terceiro levantamento da safra pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e CONAB.


Este primeiro número consolidado, sem os limites inferior e superior, com as lavouras implementadas, segue a tendência de uma safra recorde no país. As condições climáticas são acompanhadas pelos produtores e por tecnologia, de modo que se consegue corrigir ao longo do desenvolvimento vegetativo da lavoura essas preocupações do impacto dos efeitos do clima, disse Intini. A melhora do El Niño, acrescentou, é esperada somente para março e abril do próximo ano.


O El Niño se caracteriza pelo excesso de chuvas no Sul e a diminuição da precipitação no Norte e Nordeste do país.


Segundo o diretor da estatal, a implantação do arroz, principalmente no Rio Grande do Sul, sofreu muito com a permanência dos índices pluviométricos acima da média histórica. "Esse quadro merece alguma atenção devido ao plantio fora da janela recomendada."


A colheita da safra de inverno também sofreu com a influência do clima. "As restrições pelas condições climáticas para o trigo foram muito nítidas. Estamos concluindo o levantamento sobre a quantidade e a qualidade do trigo produzido com o excesso de chuva", disse Intini.


A estimativa da pesquisa da CONAB é de colher perto de 5,6 milhões de toneladas de trigo. "O Brasil continua sendo dependente das importações desse cereal e devemos comprar cerca de 5,75 milhões de toneladas do grão provenientes do Canadá, Argentina, Paraguai e dos Estados Unidos".


Milho


Nos últimos cinco ciclos, o milho primeira safra continua perdendo espaço, devido a menor rentabilidade, aos altos custos e maior risco de produção. Com o recuo do plantio, a área deverá ficar em 5,73 milhões de hectares, representando um decréscimo de 6,7% em relação à temporada passada. A previsão é que produção caia 8,6%, para 27,48 milhões de toneladas.


Segundo Intini, é uma tendência dos últimos anos a opção dos produtores para o cultivo da soja em substituição ao milho primeira safra. A expansão do milho ocorre na segunda safra, com a entrada do plantio a partir de fevereiro do próximo ano.


No caso do algodão, há também uma redução da área plantada por causa da concorrência com a área de soja, em especial na Bahia.


Fonte: Estadão Conteúdo. 11 de dezembro de 2015.