Scot Consultoria
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A conta mais alta continua com o produtor!!!

por Fabio Lucheta Isaac
Quarta-feira, 10 de setembro de 2008 -09h32
Finalizados os números de agosto, acompanhados pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-econômicos), FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e FGV (Fundação Getúlio Vargas), é possível estabelecer uma comparação entre a inflação e preços do campo, com as demais atividades da econômia.

Segundo índice de inflação de fazendas calculado pela Scot Consultoria, entre o período de setembro de 2007 e agosto de 2008, o custo de produção na pecuária de corte aumentou 46,25%, enquanto que na pecuária de leite o aumento registrado foi de 21,82%.

Em um mês, agosto comparado a julho de 2008, o custo de produção de boi praticamente se manteve. No entanto, o custo de produção de leite recuou 6,11%, influenciado pela queda no mercado de grãos e demais sub-produtos usados na alimentação.

A evolução dos preços do boi e do leite, quando comparados com a evolução do custo de produção, comprova a atual pressão de redução nas margens do produtor rural.

Observe, na figura 1, a comparação de custos de produção, preços e índices de inflação acompanhados pelos diversos institutos.



A evolução no valor da cesta básica mostra que a alimentação é o item que mais pesou na inflação. No entanto, embora a alimentação esteja mais cara, o que interessa economicamente é a inflação como um todo e não apenas um determinado item.

O IPC, calculado pela FIPE, é um dos indicadores que melhor retrata a inflação. É a evolução ponderada do orçamento de famílias que ganham de um a vinte salários mínimos na cidade de São Paulo, o maior centro consumidor do país.

Note que a inflação nas fazendas de pecuária de corte é 7,5 vezes superior à inflação paga pelo consumidor. Nas fazendas de leite, essa inflação é 3,6 superior à registrada ao consumidor.

Aonde a inflação incide de maneira mais pesada ainda é ao produtor rural. No acumulado de 2008, quando comparado à 2007, os produtores de boi operam com custos 42% superiores enquanto os de produtores de leite registram custos médios 32% superiores aos de 2007. (MPN)