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Em 2005 o Brasil, novamente, crescerá menos que o mundo

por Fabio Lucheta Isaac
Quinta-feira, 22 de setembro de 2005 -12h44
O governo federal não cansa de festejar o bom desempenho da economia. Mas o “bom” é relativo.

De acordo com relatório recente do Fundo Monetário Internacional (FMI), o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, este ano, deve ser de 3,3%. Em abril a estimativa era de crescimento de 3,7%.

A retração, de acordo com o FMI, é consequência dos juros altos e da crise política, que minam os investimentos.

Ainda de acordo com o Fundo, o crescimento médio mundial, no mesmo período, deve ser de 4,3%, ou seja, 30,3% superior ao do Brasil! A América Latina deverá crescer 4,1%, com destaque para Venezuela (7,8%), Argentina (7,5%) e Uruguai (6%). O Brasil é um dos lanterninhas.

Com relação a outros emergentes importantes, que disputam, com o Brasil, o recebimento de investimentos internacionais, nosso país ainda fica atrás. E bem atrás. O PIB da China deve crescer 9%, o da Índia 7,1% e o da Rússia 5,5%.

O FMI destaca ainda que a China responde hoje por 28% do crescimento mundial. A Índia já chega a 10%.

A expansão comedida da economia brasileira não deve, ao contrário do que faz o governo, ser comemorada. Na verdade, frente ao potencial produtivo do agronegócio brasileiro, e à demanda aquecida do mercado internacional, o crescimento de 3,3% é, no mínimo, desastroso. Seria cômico, se não fosse trágico.

Países que têm feito a lição de casa, estão realmente colhendo bons frutos frente ao aquecimento do comércio global. No caso do Brasil, o bom desempenho da economia mundial apenas impede que sejam obtidos resultados desastrosos internamente. (FTR)