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Redução dos subsídios norte-americanos traria benefícios para o Brasil

por Fabio Lucheta Isaac
Sexta-feira, 1 de agosto de 2008 -09h34
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) calculou os impactos que uma eventual redução nos subsídios agrícolas norte-americanos teria sobre o agronegócio brasileiro.

Para chegar aos resultados, os pesquisadores montaram um modelo econômico – o Modelo Aplicado de Equilíbrio Geral – e fizeram simulações das reduções dos subsídios de acordo com as propostas que foram apresentadas na Rodada de Doha da Organização Mundial de Comércio (OMC), iniciada em novembro de 2001, com o objetivo de reduzir as barreiras comerciais do mundo.

Se as reduções dos subsídios norte-americanos alcançassem US$10 bilhões (proposta de redução dos atuais US$25 bilhões para US$15 bilhões), a produção de soja dos Estados Unidos seria reduzida em 6% a 7% e a de milho cairia em até 12%. Os outros setores agrícolas teriam redução de 3% a 4%.

A simulação feita mostra um efeito positivo na produção brasileira. Haveria um aumento de 4% a 5% na produção de soja e de 2,5% a 3,5% na de milho. Outros produtos agroindustriais teriam crescimento entre 2% e 2,5%. De acordo com a pesquisa, esse crescimento seria equivalente a um aumento da produção brasileira que poderia ir de R$3 bilhões a R$5 bilhões por ano.

Os impactos nas exportações também foram quantificados. O Brasil aumentaria suas exportações de produtos agrícolas em, no mínimo, R$220 milhões por ano, caso fossem adotadas as metas propostas na OMC. Isso porque 40% das exportações brasileiras são provenientes das vendas externas de produtos agroindustriais.

A redução dos subsídios norte-americanos certamente traria benefícios para países em desenvolvimento, exportadores de commodities agrícolas, como é caso do Brasil.

Fonte: Agência Fapesp. 30 de julho de 2008. Adaptado por Scot Consultoria