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No aguardo do relatório da UE

por Fabio Lucheta Isaac
Quinta-feira, 15 de setembro de 2005 -13h02
O governo brasileiro espera, com um certo temor, o relatório dos técnicos da União Européia (UE) que inspecionaram fazendas, frigoríficos, empresas de distribuição, certificadoras, portos e postos de fronteiras em sete Estados que exportam carne bovina para o bloco. O conteúdo do material deve ser divulgado ainda hoje, em reunião em Brasília.

Os europeus devem pedir mudanças nos sistemas de rastreabilidade de bovinos, na inspeção sanitária e no controle do trânsito de animais das regiões livres de febre aftosa com vacinação para áreas não livres.

Não é de hoje que os europeus vêm demonstrando insatisfação com os sistemas de fiscalização sanitária e de rastreabilidade do Brasil. A expectativa é que, futuramente, o bloco chegue até a impor restrições a algumas regiões exportadoras de carne bovina.

O governo brasileiro reconhece alguns problemas, mas acredita que as restrições da UE podem ser mais rígidas que o necessário, em resposta à ratificação da vitória do Brasil na OMC na disputa do frango salgado. Talvez a nova classificação brasileira de risco para a “vaca louca” já seja uma consequência disso clique aqui para ver a matéria.

Os europeus questionam muito a segurança do Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (SISBOV), que de fato, por si só, não assegura nada.

De acordo com a Secretaria de Defesa Agropecuária, os europeus deverão exigir que o Brasil defina um plano de rastreabilidade para aplicação imediata, o que vai ser muito difícil de acontecer.

Vale lembrar que a União Européia absorve cerca de 25% de toda carne bovina exportada pelo Brasil, sendo responsável por quase 35% do faturamento. É, de longe, o mercado mais importante, apesar das pesadas tarifas extra-cota.

Tarifas, aliás, que inviabilizam o comércio de cortes de dianteiro. Por isso as exportações para o bloco se concentram em cortes nobres e carne industrializada. (FTR)