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Em MG, surto de doença bovina traz prejuízos aos criadores

Segunda-feira, 11 de agosto de 2014 -08h53

Foi em uma fazenda em Biquinhas, centro-oeste de Minas Gerais, que os veterinários da Universidade Federal de Minas Gerais confirmaram os primeiros casos da doença. O produtor Elessandro Francisco Castro conta que 15 animais morreram, a maioria, dois dias depois dos primeiros sintomas aparecerem.


A doença é provocada pelo Trypanossoma vivaz, um protozoário que ataca a corrente sanguínea do animal e rouba os nutrientes. Como consequência, ele para de se alimentar, fica anêmico e perde peso rapidamente.


Em outra propriedade, também infectada, em quatro dias, uma vaca perdeu 30 quilos, ficou cega e está com dificuldade de se movimentar. O úbere de outro animal está enorme, com inchaço. O produtor Luiz Carlos Santos estima um prejuízo de cerca de R$150,0 mil e sabe como a doença se espalhou, foi durante a aplicação de um medicamento que faz com que o leite desça mais fácil. "A mesma agulha foi usada em 40 animais", conta.


Além de seringas infectadas, existem outros meios de contaminação. "A contaminação direta acontece através de animais contaminados, as moscas picam, sugam o sangue e passam para outros animais", explica o veterinário Orestes Romeiro Menezes Júnior.


Os primeiros casos dessa doença, comum na África, foram registrados no Brasil na década de 80. Em Minas Gerais, no ano passado, houve surto no Triângulo Mineiro, mas é a primeira vez que acontece no centro-oeste do estado. Além de Biquinhas, a doença também foi diagnostica nos municípios de Morada Nova de Minas, Martinho Campos e Pompeu.


A coordenadora do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Kênia Guimarães, acredita que a mortalidade seja ainda maior porque muitos produtores não notificam o órgão.


Outro problema é o combate à doença. Os produtores contam que mesmo depois do diagnóstico, continuam tendo prejuízos porque não conseguem comprar o medicamento que é eficaz.


O remédio, atualmente produzido na Venezuela, não é reconhecido pelo Ministério da Agricultura, mas segundo João Mendes Souza Filho, médico veterinário, os medicamentos vendidos no Brasil são paliativos e não têm dado resultado.


De acordo com o IMA, os animais que sobrevivem à doença não oferecem risco à saúde do homem.


Fonte: Globo Rural. 8 de agosto de 2014.