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Carta Leite - Pressão de baixa persiste, mas clima adverso deu certa sustentação aos preços aos produtores

por Paola Jurca
Segunda-feira, 14 de julho de 2014 -16h19

Segundo a Pesquisa Trimestral do Leite, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de leite captado pelos laticínios foi de 6,19 bilhões de litros no primeiro trimestre. 


A pesquisa considera a produção formal, ou seja, o leite que é captado com algum tipo de inspeção seja municipal, estadual ou federal.


Este volume é 8,9% maior que os 5,68 bilhões de litros captados no primeiro trimestre de 2013. Na comparação com o quarto trimestre de 2013 houve queda de 5,4%.


A produção está em queda desde o final de 2013, mas acima do volume captado no ano passado. Veja figura 1.


Em janeiro foi o pico de produção, com 2,23 bilhões de litros de leite captados. Em relação ao mesmo mês de 2013, a alta foi de 8,9%.


Em fevereiro e março as altas, frente a 2013, foram de 7,7% e 10,0% respectivamente (figura 2).



Os preços do leite ao produtor em níveis historicamente mais altos em 2013 e no primeiro trimestre deste ano permitiram investimentos na atividade, resultando em aumento da produção e captação.


A demanda por leite e derivados, entretanto, não acompanhou este incremento da oferta e os laticínios trabalham estocados. Com isso, existe uma pressão de baixa sobre os preços do leite cru e produtos lácteos em plena entressafra.


CONSIDERAÇÕES FINAIS


A expectativa, em médio prazo, é de recuperação da produção e aumento da captação. 


De acordo com o Índice Scot Consultoria para a Captação de Leite, o volume captado (média nacional) caiu 0,9% em abril. No entanto em maio foi registrado uma recuperação de 0,7%.


Para junho, os dados parciais apontam para um aumento de produção de 1,0%, em relação a maio. A produção em alta nas regiões Sul e Nordeste está pesando na média nacional.


O preço do leite ao produtor subiu 1,5% no pagamento de junho. Os dados parciais levantados juntos às indústrias apontam para manutenção em junho.


Isto já é reflexo dos prejuízos causados pelo clima adverso (fortes chuvas), em especial na região Sul, onde a produção tende a aumentar neste período, com as pastagens de invernos e suplementação.


Colaborou Rafael Ribeiro, pesquisador da Scot Consultoria.