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Países buscam novas alternativas para produção de biocombustíveis

por Fabio Lucheta Isaac
Quinta-feira, 24 de abril de 2008 -09h33
Após a discussão durante a 30ª Conferência da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) em torno da relação da produção de biodiesel e etanol com os aumentos nos preços mundiais dos alimentos, se intensificaram os estudos de vários países a respeito de novas alternativas para produção de biocombustíveis a partir de matérias-primas que não sejam utilizadas para alimentação humana.

Segundo o vice-presidente do senado chileno, o país, por exemplo, estuda produzir o biodiesel a partir de sementes brasileiras (jatropha) e de algas não comestíveis que produzem até 10 vezes mais óleo que a soja ou o milho.

No Brasil, cada dia existe menos incentivos para a produção de oleaginosas para biodiesel. No último dia 16, a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural aprovou o aumento de 25% para 35% do percentual que os bancos devem destinar ao crédito rural. Entretanto, foi excluída do projeto a obrigatoriedade de que 40% desses recursos sejam destinados ao financiamento de lavouras para a produção do biocombustível.

Por conta disso, o País já utiliza materiais não-agrícolas, como o sebo animal e o óleo de cozinha já usado, na fabricação de biodiesel.

E agora além do etanol a cana-de-açúcar também fará biodiesel. A norte-americana Amyris e a trading brasileira Crystalsev anunciaram uma joint venture para a produção de biodiesel de cana. A brasileira Constran S.A também fabricará o produto, em Gana (África), utilizando a mesma matéria-prima, em parceria com uma empresa local.

Vários órgãos internacionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e a Organização das Nações Unidas para Alimentos e Agricultura (FAO) criticaram, no encontro, a expansão dos biocombustíveis, alegando que estes têm influência na crise mundial dos alimentos. Entretanto, segundo representantes da Organização das Nações Unidas (ONU), essa afirmação limita-se ao etanol produzido a partir do milho nos EUA e não ao de cana-de-açúcar do Brasil. (CMR)