Soja e especulação na CBOT

A cotação da soja fechou com baixa de 3,3% ontem, em um único pregão, na Bolsa de Chicago (CBOT). Isso em meio a reclamações de produtores americanos que não mais vêem o mercado futuro como ferramenta de proteção ao risco, mas sim de aumento das incertezas da atividade.

A gota d’água que despertou a atenção dos produtores foi o fato de os armazéns compradores de grão apenas trabalharem no mercado a vista, sem compras antecipadas. Além disso, desde muito tempo eles reclamam do excesso de chamadas de margens e da necessidade de capital de giro muito maior do que o normal para proteger seus preços.

Hoje (22/04) ocorrerá uma reunião realizada pela CBOT para discutir realmente se os principais causadores desse aumento – fundos de hedge, de pensão e de investimentos – estão distorcendo os preços reais das commodities.

A principal acusação gira em torno da “bolha” (diferença entre o preço real de acordo com os fundamentos de oferta/demanda e o preço na bolsa em função de investidores especulativos) causada pela fuga desses investidores dos mercados financeiros, graças aos reflexos da crise imobiliária dos EUA.

Resta esperar para saber se o argumento da liquidez oferecida pelos especuladores vencerá os argumentos dos produtores descontentes. Afinal de contas, quem conseguiu travar o preço quando a soja atingiu o recorde histórico de US$15,86/bushel não tem do que reclamar. (JA)