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Falta chuva e falta boi

por Fernando Amadio
Quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014 -17h43

Nas principais regiões pecuárias do Brasil, as chuvas começaram a partir da segunda quinzena de setembro.


Este ano chuvas estão irregulares e já estamos em fevereiro. Este atraso e o forte calor nas últimas semanas afetaram diretamente as pastagens.


Tal fenômeno afetou o mercado do boi gordo, pois atrasou a terminação das boiadas e em consequência a safra do boi.  



As boas condições das pastagens estão diretamente ligadas ao regime de chuvas, que aliado à temperatura e luminosidade, é responsável pelo seu desenvolvimento vegetativo.


Nos meses de dezembro e janeiro normalmente tem-se condições adequadas para o desenvolvimento das pastagens, mas isso, obviamente se houver água, coisa que não aconteceu neste ano.


Ao compararmos a precipitação em dezembro de 2012 com dezembro de 2013, observamos 2012 com precipitações normais, já na fronteira de São Paulo com o Paraná como chuvoso, e em Minas Gerais e Goiás como muito seco. Figura 2 e figura 3.


Em dezembro de 2013 nas principais regiões de pecuária o nível de precipitação baixo, determinou que essas regiões fossem classificadas como estando sob um regime de seca. Em janeiro o quadro pluviométrico também foi de escassez de chuvas. 



No final de 2013 e começo de 2014, em função da falta de chuva, os frigoríficos têm enfrentado dificuldade para compor as escalas de abate, e com isso o mercado ficou firme, com o boi gordo cotado em janeiro, em média, em R$115,18/@ nas praças de Barretos e Araçatuba, R$107,45/@ em Goiás, R$106,32/@ no Triângulo Mineiro, em R$107,88/@ no Mato Grosso do Sul e em e R$116,13/@ no Paraná. 



A falta de chuva tem contribuído para a oferta restrita de boiadas nas principais praças pecuárias e para os preços firmes em pleno mês de janeiro.


Mas esse não é o único fator, a demanda têm feito sua parte, tanto no mercado interno como externo.


A margem do frigorifico em janeiro caiu quando comparada com o mesmo período do ano passado, levando a uma pressão baixista sobre o preço da arroba, entretanto sem efeito significativo.


O Equivalente Scot Carcaça, que é um indicador da receita obtida pelo frigorífico que realiza desossa e que considera a venda de carne sem osso, couro, sebo, miúdos, derivados e subprodutos, indica na média de janeiro R$142,05/@. Em relação ao preço pago por arroba a margem média do frigorífico foi de 23,5%.


Em janeiro de 2013 a margem média do frigorífico calculada através do Equivalente Scot Carcaça foi de 29,7%, ou seja, a indústria perdeu 6,2 pontos percentuais de margem janeiro x janeiro.


Os compradores devem pressionar o mercado em busca de recuperação de margem, mas se o clima não mudar e não chover, o quadro é de firmeza.