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Mercado do boi gordo: cenário ainda é de entressafra

por Fabio Lucheta Isaac
Segunda-feira, 17 de março de 2008 -09h27
Já estamos na segunda quinzena de março. A safra do boi gordo, ao menos no calendário, chegou mais ou menos à metade. Seria de se esperar, nesse período, que o mercado trabalhasse em ambiente frouxo, ainda mais diante da forte valorização do real e do embargo por parte da União Européia.

No entanto, na maior parte do Brasil, o que se vê são escalas curtas (entre 3 e 5 dias), falhas em dias de abate e preços firmes. O cenário, portanto, é de entressafra.

Logicamente, o produtor aproveita as boas condições das pastagens, e a firmeza do mercado, para vender de forma compassada. Assim, contribui para manter o preço do boi em alta.

No entanto, não se pode desprezar os efeitos do ciclo pecuário. O “estoque” de gado disponível para abate diminuiu, ou seja, essa é uma safra realmente atípica. E o problema de oferta se acentua em função da retenção de matrizes, que já ocorre na maioria das praças, graças à significativa recuperação dos preços do bezerro.

Levantamento da Scot Consultoria aponta que, em São Paulo, a cotação média do boi gordo, agora em março, alcançou R$76,45/@, a prazo, para descontar o funrural. Em termos nominais, é o maior valor desde o início do Plano Real. Um aumento de 35% em relação a março de 2007. (FTR)