O Porto de Santarém é um porto fluvial, localizado na cidade de Santarém, Pará, na margem direita do Rio Tapajós, próximo a confluência com o Rio Amazonas.
A construção do Porto teve início na década de 70, durante o governo militar, com o Plano de Integração Nacional (PIN), quando juntamente iniciou-se a construção das rodovias BR-230 (Transamazônica) e a BR-163 (Santarém-Cuiabá) para a viabilização do fluxo de matérias-primas e mercadorias da região.
Os acessos até o porto se dão por rodovias, através da BR-163, pela BR-230 e, em área urbana, pela Avenida Cuiabá. Por via fluvial, ocorre através do Rio Tapajós, cuja profundidade é de 15m.
O porto é administrado pela Companhia Docas do Pará (CDP). Os principais produtos transportados pelo Porto de Santarém são os grãos (milho e soja) e o clínquer, uma fase básica do cimento (Tabela 1).
A saída de grãos pelo Porto de Santarém ocorre de forma crescente, principalmente para o escoamento da produção de grãos do Centro-Oeste.
Este ano, cerca de 85,0% da produção de grãos da cidade de Sinop foram escoados pelo Porto de Santarém. Até setembro de 2013, 7,5% de todo o milho escoado do Mato Grosso teve como caminho o Porto de Santarém. Já do total da soja embarcada proveniente do Mato Grosso, 5,5% da produção foi por este Porto (Tabelas 2 e 3).
A Cargill possui um terminal graneleiro no Porto de Santarém, em funcionamento desde 2003. A empresa é a maior usuária do Porto.
A concorrente da Cargill, Bunge, juntamente com o grupo André Maggi, criaram a Unitapajós, empresa de navegação fluvial que fará o escoamento de grãos do Mato Grosso para o Porto de Santarém, via hidrovia Tapajós-Amazonas.
A Unitapajós deverá começar a operar na safra 2013/2014, e pretende escoar 3,7 milhões de toneladas de grãos num prazo de 3 a 4 anos.
A posição geográfica do município é conveniente para as vendas externas. Os navios saem do Porto carregados de grãos e navegam pelo rio Amazonas até o oceano Atlântico, com principais destinos a Europa e Ásia. Linhas verdes na Figura 2.
O Porto de Santarém deverá responder em 2013 por 3,0% das exportações brasileiras de grãos. Esta participação é 20,0% maior do que a registrada em 2012.
O estudo feito pela LabTrans/UFSC (Laboratório de Transportes e Logísticas) para a SEP/PR (Secretária de Portos da Presidência da Republica) afirma que a expectativa é de expansão da carga total do Porto de Santarém até 2030, dominada pelo crescimento dos produtos relacionados ao agronegócio, como soja, milho e fertilizantes, além do clínquer.
A demanda de cargas total do Porto deve crescer cerca de 10,0% ao ano, em média, totalizando um crescimento de 535,6% até 2030, (Figura 3).
Esse crescimento deve-se à localização favorável do Porto, próximo de regiões produtoras de grãos, diminuindo custo com transporte, e relativamente próximo das regiões importadoras dos produtos brasileiros.
Além disso, o escoamento da produção por esta via deve amenizar a superlotação de outros Portos, como Santos e Paranaguá.